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Notícias
11
ago
2009
(CARBONO)
Especialistas discutem como adotar uma economia de baixas emissões
É quase consenso entre as áreas políticas, econômicas e sociais que as emissões de gases causadores do efeito estufa devem cair a um nível que não faça a temperatura do planeta subir mais do que 2°C. Um dos principais caminhos para isso é aumentar a eficiência energética já existente, potencializando as fontes de energia renováveis e limpas. Mas será que a humanidade conseguirá fazer a lição de casa?
Durante a plenária “Caminhos para um mundo de baixo carbono: ruptura ou transição”, realizada no evento Sustentável 2009, ficou claro que tudo dependerá dos compromissos aceitos pelos chefes de estado - principalmente os dos países desenvolvidos e em desenvolvimento - no encontro de dezembro em Copenhague.
Pelo que se vê até agora, o caminho será longo e tortuoso. Os combustíveis fósseis, principais emissores de CO2, formam um enorme sistema de geração de energia. Estima-se que eles sejam responsáveis por mais de 80% da energia no mundo. O carvão mineral, considerado uma fonte suja, é, por exemplo, o combustível de escolha da matriz energética de muitos países, como a China - país com a maior emissão na atualidade.
A polêmica das escolhas possíveis
Para David Holne, consultor em mudanças climáticas da Shell, a China pode escolher entre um desenvolvimento de alta emissão ou um de eficiência energética e fontes limpas de energia, com fizeram outros países da Europa. “As duas coisas são possíveis, mas as conseqüências para cada uma delas são bem diferentes”, alerta ele.
Holne diz que uma das medidas para diminuir a concentração de carbono na atmosfera é o seqüestro de carbono. Segundo ele, a Shell, empresa para a qual trabalha, já tem disponível uma tecnologia que pode ser implementada imediatamente e cuja eficácia é comprovada.
A afirmação é polêmica. Um dia antes, também durante o Sustentável 2009, Achim Steiner, diretor-executivo do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), condenou os bilhões de dólares investidos nesse tipo de tecnologia, dizendo que a natureza já havia feito o trabalho durante milhões de anos. Ele referia-se ao sistema de seqüestro e armazenamento de carbono feito naturalmente pelas árvores.
De qualquer forma, o consultor da Shell alerta que a cada ano que a tecnologia não é implementada, aumenta-se o acúmulo de CO2 na atmosfera.
Já Carlos Rittl, coordenador do programa de mudanças climáticas e energia da WWF Brasil, defende uma ruptura com o padrão de produção insustentável, o consumo inconsciente e a cultura do imediatismo. “Para isso, é fundamental a inserção de setores da economia como energia, transporte, agropecuária, florestal, construção e indústrias”, diz. “Também precisamos de arcabouços legais e institucionais, desenvolvimento científico e tecnológico, incentivo às ações de sustentabilidade e diminuição das ações poluidoras, além de investimentos públicos e privados”, completa.
Políticas públicas do Brasil
Segundo Eduardo Jorge, secretário do verde e meio ambiente da cidade de São Paulo, para resolver a questão do aquecimento global é fundamental que se saiba, em primeiro lugar, onde estão as emissões dos gases de efeito estufa. Ele afirma que apenas os municípios de São Paulo e Rio de Janeiro possuem um inventário mapeando esse ponto. “O do governo federal é de 1994. Está velho. O presidente não tem como fazer um diagnóstico do país”, condena.
Rittl também ataca o governo, chamando a política ambiental do país de esquizofrênica. “Há uma incoerência entre ação e necessidade. Mesmo com os furacões e enchentes que enfrentamos recentemente, o plano decenal de energia prevê a construção de mais termelétricas fósseis. O PAC não reflete o PNMC (Plano Nacional de Mudanças Climáticas). A legislação ambiental está sendo ameaçada e as medidas para superar a crise não promovem uma economia de baixo carbono”.
Mas Roberto Simões, presidente da Santo Antônio Energia, deixou claro que existe um grande potencial no país para as energias renováveis, principalmente por meio das hidrelétricas. De acordo com ele, o Brasil usa apenas 26% de sua capacidade nessa área.
Com relação aos impactos ambientais que uma usina hidrelétrica pode causar, Simões atenua: “As novas tecnologias reduzem isso. Em Santo Antônio (em Rondônia), que entrará em operação em 2012, usamos uma concepção de usina de baixa queda. Enquanto outras precisam de quedas de água de até 100 metros de altura, a nossa pode gerar energia com apenas 16 metros. Isso diminui a área inundada, o que impacta menos entre as populações ribeirinhas”.
Durante a plenária “Caminhos para um mundo de baixo carbono: ruptura ou transição”, realizada no evento Sustentável 2009, ficou claro que tudo dependerá dos compromissos aceitos pelos chefes de estado - principalmente os dos países desenvolvidos e em desenvolvimento - no encontro de dezembro em Copenhague.
Pelo que se vê até agora, o caminho será longo e tortuoso. Os combustíveis fósseis, principais emissores de CO2, formam um enorme sistema de geração de energia. Estima-se que eles sejam responsáveis por mais de 80% da energia no mundo. O carvão mineral, considerado uma fonte suja, é, por exemplo, o combustível de escolha da matriz energética de muitos países, como a China - país com a maior emissão na atualidade.
A polêmica das escolhas possíveis
Para David Holne, consultor em mudanças climáticas da Shell, a China pode escolher entre um desenvolvimento de alta emissão ou um de eficiência energética e fontes limpas de energia, com fizeram outros países da Europa. “As duas coisas são possíveis, mas as conseqüências para cada uma delas são bem diferentes”, alerta ele.
Holne diz que uma das medidas para diminuir a concentração de carbono na atmosfera é o seqüestro de carbono. Segundo ele, a Shell, empresa para a qual trabalha, já tem disponível uma tecnologia que pode ser implementada imediatamente e cuja eficácia é comprovada.
A afirmação é polêmica. Um dia antes, também durante o Sustentável 2009, Achim Steiner, diretor-executivo do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), condenou os bilhões de dólares investidos nesse tipo de tecnologia, dizendo que a natureza já havia feito o trabalho durante milhões de anos. Ele referia-se ao sistema de seqüestro e armazenamento de carbono feito naturalmente pelas árvores.
De qualquer forma, o consultor da Shell alerta que a cada ano que a tecnologia não é implementada, aumenta-se o acúmulo de CO2 na atmosfera.
Já Carlos Rittl, coordenador do programa de mudanças climáticas e energia da WWF Brasil, defende uma ruptura com o padrão de produção insustentável, o consumo inconsciente e a cultura do imediatismo. “Para isso, é fundamental a inserção de setores da economia como energia, transporte, agropecuária, florestal, construção e indústrias”, diz. “Também precisamos de arcabouços legais e institucionais, desenvolvimento científico e tecnológico, incentivo às ações de sustentabilidade e diminuição das ações poluidoras, além de investimentos públicos e privados”, completa.
Políticas públicas do Brasil
Segundo Eduardo Jorge, secretário do verde e meio ambiente da cidade de São Paulo, para resolver a questão do aquecimento global é fundamental que se saiba, em primeiro lugar, onde estão as emissões dos gases de efeito estufa. Ele afirma que apenas os municípios de São Paulo e Rio de Janeiro possuem um inventário mapeando esse ponto. “O do governo federal é de 1994. Está velho. O presidente não tem como fazer um diagnóstico do país”, condena.
Rittl também ataca o governo, chamando a política ambiental do país de esquizofrênica. “Há uma incoerência entre ação e necessidade. Mesmo com os furacões e enchentes que enfrentamos recentemente, o plano decenal de energia prevê a construção de mais termelétricas fósseis. O PAC não reflete o PNMC (Plano Nacional de Mudanças Climáticas). A legislação ambiental está sendo ameaçada e as medidas para superar a crise não promovem uma economia de baixo carbono”.
Mas Roberto Simões, presidente da Santo Antônio Energia, deixou claro que existe um grande potencial no país para as energias renováveis, principalmente por meio das hidrelétricas. De acordo com ele, o Brasil usa apenas 26% de sua capacidade nessa área.
Com relação aos impactos ambientais que uma usina hidrelétrica pode causar, Simões atenua: “As novas tecnologias reduzem isso. Em Santo Antônio (em Rondônia), que entrará em operação em 2012, usamos uma concepção de usina de baixa queda. Enquanto outras precisam de quedas de água de até 100 metros de altura, a nossa pode gerar energia com apenas 16 metros. Isso diminui a área inundada, o que impacta menos entre as populações ribeirinhas”.
Fonte: Mercado Ético
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