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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
CO2 muda população de árvores na Amazônia
O acúmulo de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera está alterando a cobertura vegetal da Floresta Amazônica, mesmo em trechos totalmente preservados.
Um trabalho publicado na revista Nature, combinando duas pesquisas de campo feitas por investigadores brasileiros e americanos nos últimos 20 anos, mostra que as espécies vegetais mais altas e de crescimento mais rápido estão sendo estimuladas, enquanto as demais estão perdendo a competição.
A alteração pode ter implicações na capacidade da floresta de retirar CO2 (um dos gases causadores do efeito estufa) da atmosfera, já que as espécies favorecidas têm madeira menos densa, que estocam menos carbono. Segundo os autores, em cerca de 50% nas áreas analisadas a população de árvores maiores e de crescimento mais rápido está aumentando, enquanto a de árvores menores e de crescimento mais lento - que não conseguem competir por luz e nutrientes - está diminuindo.
Mortalidade
O CO2, usado na fotossíntese, funciona como um fertilizante natural para todos os vegetais, mas apenas as espécies mais altas, que chegam à copa da floresta, são beneficiadas. "Não adianta nada ter mais CO2 se você não tem luz", explica Alexandre Oliveira, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, que coordenou um dos projetos.
Trabalhando separadamente, mas em cooperação, as duas equipes estudaram o desenvolvimento de 15 mil árvores em 300 km² de floresta preservada ao norte de Manaus (AM). William Laurance, do Instituto Smithsonian de Pesquisa Tropical, no Panamá, coordenou o outro projeto e constatou que a taxa anual de mortalidade de árvores está ficando muito acima da taxa histórica de 1% a 3%. O dióxido de carbono ainda não foi formalmente condenado como culpado, mas é o maior suspeito.
Absorvendo menos
Nos últimos 200 anos, a concentração de CO2 na atmosfera aumentou 30%. Para reverter essa tendência, a Amazônia é vista como um importante absorvedor de carbono, estocado em sua imensa massa vegetal. Com a nova composição, entretanto, a floresta poderá ter seu papel reduzido, alerta Oliveira.
"As árvores maiores têm madeira menos densa e, portanto, estocam menos carbono", explica. "No final, a floresta absorve menos CO2." Segundo Laurence, "apesar dos esforços para criar reservas florestais, o estudo mostra que até os ecossistemas mais preservados são afetados pelas atividades humanas". O próximo passo é estudar regiões maiores e descobrir se o fenômeno se repete em toda a Amazônia.
As pesquisas brasileiras sobre a Amazônia foram destaque nas principais publicações científicas do mundo por três vezes^em 30 dias. Antes deste estudo na Nature, dois trabalhos sobre o funcionamento do clima na região foram publicados na revista Science.
Fonte: Estadão – 12/03/2004
Um trabalho publicado na revista Nature, combinando duas pesquisas de campo feitas por investigadores brasileiros e americanos nos últimos 20 anos, mostra que as espécies vegetais mais altas e de crescimento mais rápido estão sendo estimuladas, enquanto as demais estão perdendo a competição.
A alteração pode ter implicações na capacidade da floresta de retirar CO2 (um dos gases causadores do efeito estufa) da atmosfera, já que as espécies favorecidas têm madeira menos densa, que estocam menos carbono. Segundo os autores, em cerca de 50% nas áreas analisadas a população de árvores maiores e de crescimento mais rápido está aumentando, enquanto a de árvores menores e de crescimento mais lento - que não conseguem competir por luz e nutrientes - está diminuindo.
Mortalidade
O CO2, usado na fotossíntese, funciona como um fertilizante natural para todos os vegetais, mas apenas as espécies mais altas, que chegam à copa da floresta, são beneficiadas. "Não adianta nada ter mais CO2 se você não tem luz", explica Alexandre Oliveira, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, que coordenou um dos projetos.
Trabalhando separadamente, mas em cooperação, as duas equipes estudaram o desenvolvimento de 15 mil árvores em 300 km² de floresta preservada ao norte de Manaus (AM). William Laurance, do Instituto Smithsonian de Pesquisa Tropical, no Panamá, coordenou o outro projeto e constatou que a taxa anual de mortalidade de árvores está ficando muito acima da taxa histórica de 1% a 3%. O dióxido de carbono ainda não foi formalmente condenado como culpado, mas é o maior suspeito.
Absorvendo menos
Nos últimos 200 anos, a concentração de CO2 na atmosfera aumentou 30%. Para reverter essa tendência, a Amazônia é vista como um importante absorvedor de carbono, estocado em sua imensa massa vegetal. Com a nova composição, entretanto, a floresta poderá ter seu papel reduzido, alerta Oliveira.
"As árvores maiores têm madeira menos densa e, portanto, estocam menos carbono", explica. "No final, a floresta absorve menos CO2." Segundo Laurence, "apesar dos esforços para criar reservas florestais, o estudo mostra que até os ecossistemas mais preservados são afetados pelas atividades humanas". O próximo passo é estudar regiões maiores e descobrir se o fenômeno se repete em toda a Amazônia.
As pesquisas brasileiras sobre a Amazônia foram destaque nas principais publicações científicas do mundo por três vezes^em 30 dias. Antes deste estudo na Nature, dois trabalhos sobre o funcionamento do clima na região foram publicados na revista Science.
Fonte: Estadão – 12/03/2004
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