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Notícias
30
jul
2009
(MÓVEIS)
Carpinteiros reutilizam madeira em móveis na Amazônia
Gilberto Fernandes é um carpinteiro baiano que, desde 1982, mora na cidade de Rondon do Pará, no sudeste do Estado amazônico. Com o passar dos anos, conseguir madeira para fazer seus móveis foi ficando mais difícil e mais caro.
Foi aí que Fernandes teve a ideia de buscar uma nova maneira de se sustentar e ainda ajudar a preservar a mata: usar os restos de madeira, que iriam virar carvão, para fazer móveis.
"Parece que tem muita árvore, mas, se a gente vai derrubando tudo, daqui a pouco acaba, e aí como fica a profissão de carpinteiro? A gente tem que usar qualquer toquinho que sobra porque aí é uma árvore a menos no chão", diz.
Fernandes descobriu que uma grande fabricante de utensílios domésticos comprava muita madeira na região (bloquinhos retangulares com mais ou menos 5 cm) para fazer cabos de talheres. Mas se houvesse qualquer imperfeição na peça - um nó na madeira ou um veio de outra cor cruzando o material - tudo era enviado à fornalha para virar carvão ou era abandonado na mata.
"Tudo madeira boa, tipo ipê e amarelão. Eu falei com as serrarias pra comprar essa madeira baratinho e fazer meus móveis", conta.
Na semana passada, Fernandes expôs suas peças - com grande destaque para as "cadeiras preguiçosas" e para a rede de madeira - na Exposição Agropecuária de Rondon do Pará.
"Quem mais gosta disso é o pessoal de fora, que vem aqui ao Pará. Aquela rede já foi até para os Estados Unidos", disse.
Mesa - O empresário moveleiro Gedeon Rodrigues também reclama que, na própria cidade, as pessoas não têm tanto interesse pelos móveis rústicos, que ele faz com resíduos de serrarias de Rondon do Pará.
"O pessoal de outras regiões que vem aqui se encanta com esses móveis, mas quem é daqui não liga tanto. As pessoas na nossa região estão acostumadas a ver essa matéria-prima só como lixo, como algo para virar carvão", diz.
Entre a s peças que ele produziu está uma mesa feita com uma tora que estava prestes a ser descartada porque era muito pequena para um aproveitamento comercial.
"Na hora que eu vi aquela tora caída, imediatamente peguei, criei e usei nesse tampo de mesa. É uma peça única, mesmo que eu quisesse nunca conseguiria fazer outra igual, porque foi a natureza quem me deu", diz.
Gedeon já produzia na cidade móveis de modelos tradicionais - como os encontrados em qualquer loja de móveis pelo Brasil afora - mas percebeu que, na hora do almoço na fábrica, todos os seus funcionários queriam se sentar em um grande banco rústico, feito com uma tora que ia para o lixo.
"Foi aí que eu tive a ideia de aproveitar esses resíduos pra trabalhar", conta.
Dificuldades - Mas o empresário reclama que dificuldades para conseguir licenciamento ambiental para sua atividade ainda o impedem de mandar as peças para fora do Estado.
"Isso é um negócio novo e, mesmo sendo madeira de reaproveitamento, precisamos de várias certificações para poder transportar. Mas agora isso passou para o âmbito da prefeitura, acho que em mais seis meses consigo resolver isso", diz.
Já a situação de Gilberto Fernandes é mais complicada: sua marcenaria de fundo de quintal nem é registrada formalmente como uma empresa.
"Se alguém quer comprar um móvel desses para levar para São Paulo, mas precisar de nota, eu não tenho como vender. Também não tenho como aceitar cartão de crédito, pegar financiamento, nem nada", lamenta.
"Mas tenho conversado com o pessoal do Sebrae (Serviço da Apoio à Pequena e Média Empresa) para colocar tudo em ordem e poder vender para o Brasil todo. Aí a coisa vai andar”.
Foi aí que Fernandes teve a ideia de buscar uma nova maneira de se sustentar e ainda ajudar a preservar a mata: usar os restos de madeira, que iriam virar carvão, para fazer móveis.
"Parece que tem muita árvore, mas, se a gente vai derrubando tudo, daqui a pouco acaba, e aí como fica a profissão de carpinteiro? A gente tem que usar qualquer toquinho que sobra porque aí é uma árvore a menos no chão", diz.
Fernandes descobriu que uma grande fabricante de utensílios domésticos comprava muita madeira na região (bloquinhos retangulares com mais ou menos 5 cm) para fazer cabos de talheres. Mas se houvesse qualquer imperfeição na peça - um nó na madeira ou um veio de outra cor cruzando o material - tudo era enviado à fornalha para virar carvão ou era abandonado na mata.
"Tudo madeira boa, tipo ipê e amarelão. Eu falei com as serrarias pra comprar essa madeira baratinho e fazer meus móveis", conta.
Na semana passada, Fernandes expôs suas peças - com grande destaque para as "cadeiras preguiçosas" e para a rede de madeira - na Exposição Agropecuária de Rondon do Pará.
"Quem mais gosta disso é o pessoal de fora, que vem aqui ao Pará. Aquela rede já foi até para os Estados Unidos", disse.
Mesa - O empresário moveleiro Gedeon Rodrigues também reclama que, na própria cidade, as pessoas não têm tanto interesse pelos móveis rústicos, que ele faz com resíduos de serrarias de Rondon do Pará.
"O pessoal de outras regiões que vem aqui se encanta com esses móveis, mas quem é daqui não liga tanto. As pessoas na nossa região estão acostumadas a ver essa matéria-prima só como lixo, como algo para virar carvão", diz.
Entre a s peças que ele produziu está uma mesa feita com uma tora que estava prestes a ser descartada porque era muito pequena para um aproveitamento comercial.
"Na hora que eu vi aquela tora caída, imediatamente peguei, criei e usei nesse tampo de mesa. É uma peça única, mesmo que eu quisesse nunca conseguiria fazer outra igual, porque foi a natureza quem me deu", diz.
Gedeon já produzia na cidade móveis de modelos tradicionais - como os encontrados em qualquer loja de móveis pelo Brasil afora - mas percebeu que, na hora do almoço na fábrica, todos os seus funcionários queriam se sentar em um grande banco rústico, feito com uma tora que ia para o lixo.
"Foi aí que eu tive a ideia de aproveitar esses resíduos pra trabalhar", conta.
Dificuldades - Mas o empresário reclama que dificuldades para conseguir licenciamento ambiental para sua atividade ainda o impedem de mandar as peças para fora do Estado.
"Isso é um negócio novo e, mesmo sendo madeira de reaproveitamento, precisamos de várias certificações para poder transportar. Mas agora isso passou para o âmbito da prefeitura, acho que em mais seis meses consigo resolver isso", diz.
Já a situação de Gilberto Fernandes é mais complicada: sua marcenaria de fundo de quintal nem é registrada formalmente como uma empresa.
"Se alguém quer comprar um móvel desses para levar para São Paulo, mas precisar de nota, eu não tenho como vender. Também não tenho como aceitar cartão de crédito, pegar financiamento, nem nada", lamenta.
"Mas tenho conversado com o pessoal do Sebrae (Serviço da Apoio à Pequena e Média Empresa) para colocar tudo em ordem e poder vender para o Brasil todo. Aí a coisa vai andar”.
Fonte: Ambiente Brasil
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