Voltar
Notícias
14
jul
2009
(MEIO AMBIENTE)
Inovar com bambu
- Orientais costumam recorrer ao bambu para metaforizar a vida. Para eles, bom é ter, ao mesmo tempo, a flexibilidade e a resistência dessa planta. Justamente por conta de tais características tão marcantes, além de seu caráter sustentável, a matéria-prima tradicionalmente usada em cercas e varas de pescar ganha novo status e começa a ser usada com força em peças de design.
A tendência, no Brasil e lá fora, consolida-se graças à técnica do bambu laminado colado (BLC), desenvolvida na China. "As ripas planas de BLC permitem a criação de produtos com visual contemporâneo", diz Breno Barelli, formado em Desenho Industrial pela Unesp Bauru, que concebeu a cadeira de balanço Pensil em 2005, quando ainda era estudante de mestrado. De certa forma, o móvel é também produto da obra de Marco Antonio Pereira, orientador do aluno e coautor do livro Bambu de Corpo e Alma (Editora Canal 6).
Estudioso há 20 anos da espécie, cuja origem remonta a milênios na China, Marco Antonio ajudou a aproximar os departamentos de Desenho Industrial e Engenharia da universidade para pesquisar o BLC. "O bambu apresenta alta resistência e flexibilidade, além de ser material renovável", observa. "Por se tratar de uma gramínea, não necessita de replantio, já que novos colmos brotam a cada ano”.
Na lida com a tal técnica, Tom Dixon, nome célebre no universo do design internacional, abriu caminho para outros que ainda estão chegando lá. Sob comando dele, a finlandesa Artek lançou, em 2007, a Bambu Collection. No Brasil, a Firma Casa representa com exclusividade a marca, cujos móveis, como mesas de jantar e bancos, são vendidos sob encomenda.
As produções nacionais começam a despontar. É o caso do banco Peque, que será lançado no final deste mês. Criada pelo arquiteto croata radicado no Brasil Marko Brajovic (veja entrevista à pág. 12), a peça foi desenvolvida em parceria com a paulistana TIVA Design e é formada por lâminas de bambu de 1,5 milímetros de espessura, com o interior pintado de verniz à base de água.
Outra marca daqui que aposta no bambu é a catarinense Oré Brasil. A companhia produz desde 2008 móveis e revestimentos de BLC com foco no mercado de luxo. "A planta in natura sempre foi usada como matéria-prima de móveis rústicos", diz Bernardo Foggiato, gerente comercial da empresa. "Mas as longas fibras do bambu, junto com a técnica do laminado, possibilitam um mobiliário de aparência sofisticada." Já os revestimentos, destinados a áreas internas, formam mosaicos e texturas graças à combinação de nós, cascas, fibras e cortes transversais da planta.
A paulistana Indusparquet vende pisos importados da China. Disponíveis nos tons naturais e carbonizados, eles podem apresentar certa restrição quando aplicados em áreas muito movimentadas. "Como é mais mole, como o carvalho, fica marcado por sapatos de salto alto, por exemplo,", diz Fernanda Baggio, da área de marketing da empresa. "Além disso, o brasileiro está acostumado a madeiras duras no piso."
Mas o que acham arquitetos e decoradores a respeito do bambu laminado? "Gosto de usá-lo em paredes e armários, para aquecer e dar leveza ao ambiente", explica o carioca Maurício Nóbrega. Para ele, o material é chique, resistente e não atrai cupins: "Evito colocá-lo em áreas úmidas, já que pode descolar". Arthur Casas é outro entusiasta. "Embora seja ainda um pouco caro, trata-se de uma boa solução tanto para áreas internas quanto para deques", opina ele, que ainda emprega o bambu, do ponto de vista da arquitetura, em caixilhos e venezianas.
Não é só. Acessórios e até mesmo computadores entram na equação lar + bambu. A linha lançada pela Welf, marca de objetos para cozinha e banheiro de bambu laminado, reforça esse segmento. "As peças são um terço mais leves que os similares de madeira, têm antibactericidas naturais e estão em sintonia com a onda ecológica", diz Peter Kirsner, diretor da Welf.
Em outubro, a Dell Brasil lançou o Studio Hybrid, PC que consumiria até 70% menos energia. A novidade é o revestimento de bambu. "Quando combinamos esse visual ao DNA ecologicamente inteligente, o resultado é único", diz Hans Erickson, diretor da Dell América Latina. Ao que parece, é bom se preparar para ver cada vez mais em casa a presença desse material cheio de qualidades.
A tendência, no Brasil e lá fora, consolida-se graças à técnica do bambu laminado colado (BLC), desenvolvida na China. "As ripas planas de BLC permitem a criação de produtos com visual contemporâneo", diz Breno Barelli, formado em Desenho Industrial pela Unesp Bauru, que concebeu a cadeira de balanço Pensil em 2005, quando ainda era estudante de mestrado. De certa forma, o móvel é também produto da obra de Marco Antonio Pereira, orientador do aluno e coautor do livro Bambu de Corpo e Alma (Editora Canal 6).
Estudioso há 20 anos da espécie, cuja origem remonta a milênios na China, Marco Antonio ajudou a aproximar os departamentos de Desenho Industrial e Engenharia da universidade para pesquisar o BLC. "O bambu apresenta alta resistência e flexibilidade, além de ser material renovável", observa. "Por se tratar de uma gramínea, não necessita de replantio, já que novos colmos brotam a cada ano”.
Na lida com a tal técnica, Tom Dixon, nome célebre no universo do design internacional, abriu caminho para outros que ainda estão chegando lá. Sob comando dele, a finlandesa Artek lançou, em 2007, a Bambu Collection. No Brasil, a Firma Casa representa com exclusividade a marca, cujos móveis, como mesas de jantar e bancos, são vendidos sob encomenda.
As produções nacionais começam a despontar. É o caso do banco Peque, que será lançado no final deste mês. Criada pelo arquiteto croata radicado no Brasil Marko Brajovic (veja entrevista à pág. 12), a peça foi desenvolvida em parceria com a paulistana TIVA Design e é formada por lâminas de bambu de 1,5 milímetros de espessura, com o interior pintado de verniz à base de água.
Outra marca daqui que aposta no bambu é a catarinense Oré Brasil. A companhia produz desde 2008 móveis e revestimentos de BLC com foco no mercado de luxo. "A planta in natura sempre foi usada como matéria-prima de móveis rústicos", diz Bernardo Foggiato, gerente comercial da empresa. "Mas as longas fibras do bambu, junto com a técnica do laminado, possibilitam um mobiliário de aparência sofisticada." Já os revestimentos, destinados a áreas internas, formam mosaicos e texturas graças à combinação de nós, cascas, fibras e cortes transversais da planta.
A paulistana Indusparquet vende pisos importados da China. Disponíveis nos tons naturais e carbonizados, eles podem apresentar certa restrição quando aplicados em áreas muito movimentadas. "Como é mais mole, como o carvalho, fica marcado por sapatos de salto alto, por exemplo,", diz Fernanda Baggio, da área de marketing da empresa. "Além disso, o brasileiro está acostumado a madeiras duras no piso."
Mas o que acham arquitetos e decoradores a respeito do bambu laminado? "Gosto de usá-lo em paredes e armários, para aquecer e dar leveza ao ambiente", explica o carioca Maurício Nóbrega. Para ele, o material é chique, resistente e não atrai cupins: "Evito colocá-lo em áreas úmidas, já que pode descolar". Arthur Casas é outro entusiasta. "Embora seja ainda um pouco caro, trata-se de uma boa solução tanto para áreas internas quanto para deques", opina ele, que ainda emprega o bambu, do ponto de vista da arquitetura, em caixilhos e venezianas.
Não é só. Acessórios e até mesmo computadores entram na equação lar + bambu. A linha lançada pela Welf, marca de objetos para cozinha e banheiro de bambu laminado, reforça esse segmento. "As peças são um terço mais leves que os similares de madeira, têm antibactericidas naturais e estão em sintonia com a onda ecológica", diz Peter Kirsner, diretor da Welf.
Em outubro, a Dell Brasil lançou o Studio Hybrid, PC que consumiria até 70% menos energia. A novidade é o revestimento de bambu. "Quando combinamos esse visual ao DNA ecologicamente inteligente, o resultado é único", diz Hans Erickson, diretor da Dell América Latina. Ao que parece, é bom se preparar para ver cada vez mais em casa a presença desse material cheio de qualidades.
Fonte: O Estado de São Paulo
Notícias em destaque

Focos de fogo caem 46 por cento no Brasil no 1º semestre, aponta INPE
O Brasil registrou uma queda expressiva no número de focos de fogo no primeiro semestre de 2025. De acordo com o INPE, houve uma...
(QUEIMADAS)

Mercado de madeira projetada deve ser avaliado em US$ 427,3 bilhões até 2033
A Allied Market Research publicou um relatório intitulado "Participação no Mercado de Madeira Projetada por...
(MERCADO)

Destaques do comércio de madeira e produtos de madeira (W&WP)
De acordo com o Departamento de Alfândega do Vietnã, as exportações de W&WP em maio de 2025 atingiram US$ 1,4...
(INTERNACIONAL)

Peru sedia workshop regional sobre estatísticas florestais para a América do Sul
Com a participação de representantes de treze países sul-americanos, foi realizado em Lima, em 24 de junho, um Workshop...
(INTERNACIONAL)

Alerta nas florestas: a chegada da vespa-da-madeira ameaça os pinus brasileiros
A chegada da vespa-da-madeira Sirex obesus às plantações paulistas acende um alerta nacional: mortalidade acelerada de pinus,...
(GERAL)

Nova Série H da John Deere traz colheita florestal mais rápida, econômica e confortável
A John Deere apresenta a nova Série H de máquinas florestais com maior eficiência, menor consumo de combustível e...
(MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS)