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Notícias

15
jun
2009
(INDÚSTRIA)
Crise afetou 66% das empresas exportadoras brasileiras
Uma pesquisa com 1.307 indústrias realizada em abril pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou preocupação das empresas com a redução da demanda no comércio exterior. Segundo o gerente de Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, a sondagem confirmou a avaliação anterior da entidade de que o efeito mais perverso da crise econômica no Brasil ocorrerá sobre as exportações.

De acordo com a pesquisa, 54% das empresas industriais ouvidas usam matérias-primas ou insumos importados. Na análise da CNI, a valorização do real ocorrida no período de 2005 a 2008 estimulou a substituição de matérias-primas domésticas por importadas. A pesquisa ouviu empresas de pequeno, médio e grande porte e identificou que nem todas eram exportadoras.

Entre as empresas exportadoras, entretanto, 66% delas responderam que foram afetadas pela crise financeira internacional e tiveram que alterar suas estratégias de exportações. O porcentual de empresas afetadas pela crise aumenta de acordo com o porte: entre as grandes, 78% responderam que a crise afetou suas estratégias de vendas externas e entre as pequenas empresas, 57%.

Por setores, os que tiveram mais empresas respondendo terem sido afetadas foram o de veículos automotores (92% de respostas positivas à pergunta), madeira (90%) e máquinas e equipamentos (86%).

A sondagem também revelou que 48% das empresas exportadoras esperam uma redução da participação das exportações em seu faturamento este ano. A pesquisa revelou que 53% das indústrias consultadas enfrentam concorrência de produtos importados no mercado doméstico, e a maioria delas espera um aumento dessa concorrência em 2009.

Essa expectativa, no entanto, destoa do ritmo das importações brasileiras que, nos primeiros quatro meses do ano, estão caindo, em relação ao ano anterior. Na avaliação de Castelo Branco, a perspectiva das indústrias está relacionada à concorrência direta dos importados com seu próprio produto, e isso não decorre necessariamente do ritmo das importações em geral. ‘Com o agravamento da crise mundial, houve um aumento de ofertas de produtos em todo o mundo e uma retração geral da demanda. Com isso, há expectativa do empresário de que haverá penetração maior de produtos estrangeiros no País’.

Castelo Branco disse também que o atual patamar da taxa de câmbio, muito próximo a R$ 2,00 é preocupante para as exportações brasileiras.

Fonte: Diário do Nordeste/Global 21

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