Voltar

Notícias

13
jun
2009
(SETOR FLORESTAL)
Brasil consome 260 milhões de m³ de matas naturais
A demanda de madeira no Brasil é estimada em 350 milhões de metros cúbicos por ano e os plantios florestais conseguem suprir apenas 90 milhões de m³/ano, equivalentes à exploração de 600 mil hectares/ano. A diferença vem das florestas nativas.

Sem considerar planos de manejo, que preconizam a sustentabilidade e contribuem para a redução deste déficit, os 260 milhões de m3 para serem supridos integralmente por florestas plantadas demandariam mais 8,7 milhões de hectares, o equivalente 0,9% do território nacional, elevando o percentual de área com plantios florestais de 0,6% para 1,5%, o que seria muito inferior à área ocupada com outras culturas.

Assim, caso não haja oferta de energia que substitua a madeira e sem uma política de estímulo ao plantio, se a demanda atual se mantiver, fatalmente a pressão sobre os remanescentes de florestas nativas será grande e com conseqüências indesejáveis. A previsão é de Helton Damin da Silva, chefe-geral da Embrapa Florestas, e da pesquisadora Rosana Higa.

No Brasil, 31,5% de toda a energia produzida provém da biomassa, seja florestal ou gerada pela cana-de-açúcar. O desafio dos pesquisadores da Embrapa Florestas é elevar esse percentual, diz o presidente do 1º Congresso Brasileiro de Florestas Energéticas que se realizou em Minas, Antonio Francisco Bellote, de acordo com Alana Gandra, da Agência Brasil.

O País está atrás da China e da Índia no consumo de biomassa para a produção de energia. Os 20 países mais ricos do mundo têm apenas 6,7% de biomassa em sua matriz energética. A média mundial é de 11,7%, cerca de um terço da brasileira.

"São energias renováveis, que nós chamamos de energia limpa, em substituição ou, pelo menos, com a meta de diminuir o uso de energias de fontes não renováveis, como as originárias do carvão mineral, do petróleo", explica Bellote.

Os pesquisadores atuam também no desenvolvimento de novas tecnologias, entre as quais a produção de etanol da madeira, o bioóleo, que são produtos de alto valor agregado, conhecidos como energia de segunda geração.

As florestas energéticas são definidas como produtoras de energias renováveis. "O balanço de carbono nelas é nulo. Eu produzo uma biomassa e quando a queimo, faço uma emissão de carbono. Mas, para queimar de novo, eu tenho que seqüestrar esse carbono através da formação de uma nova floresta. Então, nós temos um ciclo”.

Fonte: DiárioNet

Sindimadeira_rs ITTO