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Notícias
07
jun
2009
(CARBONO)
Carbono a preço modesto salvaria floresta de Bornéu
As florestas tropicais de Bornéu, ameaçadas pelo avanço do cultivo para o óleo de palma, poderiam ser mais lucrativas se fossem mantidas intactas, aproveitando-se de créditos de carbono a uma cotação entre 10 e 33 dólares por tonelada, segundo um novo estudo.
Pesquisadores liderados por Oscar Venter, da Universidade de Queensland, na Austrália, estudaram dados de 808 concessões em Kalimatan, a parte indonésia da ilha de Bornéu, que abrange 8 milhões de hectares.
Eles descobriram que, dessa área, 3,3 milhões de hectares são florestas em áreas de concessões que permanecem de pé, mas estão sob ameaça iminente de serem transformadas em plantação. O estudo foi publicado na sexta-feira na revista Conservation Letters.
Falando à Reuters de Brisbane, na Austrália, Venter disse que seu grupo realizou uma análise econômica perguntando-se quanto custaria aos concessionários dos terrenos pararem o desmatamento e como pagar pelo faturamento perdido.
Compararam esses valores com os créditos de carbono instituídos por um programa da ONU, que recompensa os países em desenvolvimento que preservem suas florestas, em troca de títulos que empresas e países ricos poderiam comprar para atingir suas quotas de redução de emissões de gases do efeito estufa.
Esse sistema, batizado pela sigla Redd (redução de emissões por desmatamento e degradação), deve ser incluído no novo tratado climático global a ser definido em uma reunião da ONU em dezembro em Copenhague, para valer a partir de 2013.
A equipe de Venter usou pesquisas de campo e dados de satélite para estimar a quantidade de carbono armazenado nesses 3,3 milhões de hectares, e em seguida calcularam quanto carbono seria liberado em 30 anos se toda a floresta fosse derrubada - chegaram à cifra de pelo menos 2,1 bilhões de toneladas de CO2, ou cerca de três anos do total de emissões da Austrália.
Em seguida, os pesquisadores estipularam vários cenários para a produção de óleo de palma nesses 3,3 milhões de hectares, com níveis de compensação de 50 e 100 por cento.
"Pode soar como um conceito estranho para alguém acostumado a cultivar óleo de palma que possa em vez disso cultivar créditos de carbono", disse Venter. "Mas, se os números se equivalerem, presumo que seja uma mensagem que eles estariam abertos a pelo menos considerar."
Num cenário com cultivo em larga escala e compensação máxima, os créditos de carbono precisariam valer 33,44 dólares para que valesse a pena para os produtos de óleo deixarem a floresta intacta.
Com cultivos seletivos apenas em terras de qualidade mais alta, com compensação de 100 por cento, o ponto de equilíbrio seria de 19,62 dólares. Com o índice de compensação em 50 por cento, o valor ideal cairia para 9,85 dólares
Venter disse que o estudo apontou grandes benefícios desse sistema também para espécies ameaçadas, como orangotangos e elefantes pigmeus. De acordo com ele, as áreas sob eventual ocupação agrícola contêm 40 das 46 espécies de mamíferos ameaçadas em Kalimatan.
Pesquisadores liderados por Oscar Venter, da Universidade de Queensland, na Austrália, estudaram dados de 808 concessões em Kalimatan, a parte indonésia da ilha de Bornéu, que abrange 8 milhões de hectares.
Eles descobriram que, dessa área, 3,3 milhões de hectares são florestas em áreas de concessões que permanecem de pé, mas estão sob ameaça iminente de serem transformadas em plantação. O estudo foi publicado na sexta-feira na revista Conservation Letters.
Falando à Reuters de Brisbane, na Austrália, Venter disse que seu grupo realizou uma análise econômica perguntando-se quanto custaria aos concessionários dos terrenos pararem o desmatamento e como pagar pelo faturamento perdido.
Compararam esses valores com os créditos de carbono instituídos por um programa da ONU, que recompensa os países em desenvolvimento que preservem suas florestas, em troca de títulos que empresas e países ricos poderiam comprar para atingir suas quotas de redução de emissões de gases do efeito estufa.
Esse sistema, batizado pela sigla Redd (redução de emissões por desmatamento e degradação), deve ser incluído no novo tratado climático global a ser definido em uma reunião da ONU em dezembro em Copenhague, para valer a partir de 2013.
A equipe de Venter usou pesquisas de campo e dados de satélite para estimar a quantidade de carbono armazenado nesses 3,3 milhões de hectares, e em seguida calcularam quanto carbono seria liberado em 30 anos se toda a floresta fosse derrubada - chegaram à cifra de pelo menos 2,1 bilhões de toneladas de CO2, ou cerca de três anos do total de emissões da Austrália.
Em seguida, os pesquisadores estipularam vários cenários para a produção de óleo de palma nesses 3,3 milhões de hectares, com níveis de compensação de 50 e 100 por cento.
"Pode soar como um conceito estranho para alguém acostumado a cultivar óleo de palma que possa em vez disso cultivar créditos de carbono", disse Venter. "Mas, se os números se equivalerem, presumo que seja uma mensagem que eles estariam abertos a pelo menos considerar."
Num cenário com cultivo em larga escala e compensação máxima, os créditos de carbono precisariam valer 33,44 dólares para que valesse a pena para os produtos de óleo deixarem a floresta intacta.
Com cultivos seletivos apenas em terras de qualidade mais alta, com compensação de 100 por cento, o ponto de equilíbrio seria de 19,62 dólares. Com o índice de compensação em 50 por cento, o valor ideal cairia para 9,85 dólares
Venter disse que o estudo apontou grandes benefícios desse sistema também para espécies ameaçadas, como orangotangos e elefantes pigmeus. De acordo com ele, as áreas sob eventual ocupação agrícola contêm 40 das 46 espécies de mamíferos ameaçadas em Kalimatan.
Fonte: Estadão Online
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