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Notícias

15
mai
2009
(EXPORTAÇÃO)
Tecnologia em comércio exterior em alta
Função é tornar mais simples o processo de importações e exportações.

O processo de globalização que teve início no final do século passado teve como consequências, entre outras, o aprofundamento das relações entre os países, o barateamento dos meios de transporte e comunicação, a formação de blocos econômicos, a revolução tecnológica nas comunicações e na eletrônica, a expansão das empresas para além das fronteiras nacionais e, por tabela, das transações comerciais internacionais.

Para lidar com toda a diversidade de mercados, economias, legislações e processos logísticos existe o profissional de comércio exterior, que tem como função tornar mais simples e eficiente todo o processo internacional de compra (importação) e venda (exportação) de produtos. Quem supervisiona os vários acordos comerciais, além de lhes impor regras e solucionar conflitos, é a Organização Mundial do Comércio (OMC), criada há treze anos e com sede em Genebra, na Suíça, que conta atualmente com 151 países-membros.

O fortalecimento dos blocos econômicos, como o Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), o Mercosul (Mercado Comum do Sul) e a UE (União Européia), ajudou a alavancar a importância do profissional desta área e sua demanda em todo o mundo. Segundo a OMC, em 2005, aproximadamente 55% do comércio mundial foi realizado dentro dessas organizações, o que faz com que as empresas comerciais se interessem ainda mais na negociação com as nações vizinhas.

A participação do Brasil no comércio internacional e seu volume de exportações são ainda modestos. No entanto, muitas vezes a balança comercial, instrumento econômico utilizado para medir a quantidade de importações e exportações, registra superávit, que significa um volume maior de exportações em relação às importações. O déficit, que é a situação contrária, afeta a economia e se torna um obstáculo ao desenvolvimento. De acordo com o coordenador do curso superior de tecnologia em comércio exterior da Uninove, em São Paulo, Alexandre Garrido, "o Brasil é um expoente, está ainda em evolução, engatinhando na área, tem ainda muito a expandir".

Remuneração

O coordenador da Uninove aponta que a bolsa-auxílio oferecida atualmente pelas empresas aos estagiários da área giram em torno de R$ 600 e R$ 700, podendo chegar ao valor de R$ 1.200. "Já para cargos de auxiliares e analistas, o salário parte de R$ 1.200 e alcança os R$ 2.000, até R$ 2.500. Entretanto, aqueles que alcançarem os postos gerenciais poderão ganhar até o dobro: a remuneração fica entre R$ 3.000 e R$ 5.000", completa Garrido.

O profissional

Aquele que atua na área de comércio exterior gerencia os procedimentos e acompanha toda a burocracia que envolve a importação e exportação de produtos e serviços, empenhando-se para facilitar os intercâmbios comerciais. Deve acompanhar as tendências de mercado para inclusive identificar nele oportunidades, ajustar-se às necessidades de compradores e fornecedores estrangeiros, elaborar planos estratégicos, operacionais e de marketing para a conquista de novos mercados para os produtos nacionais, identificar carências internas e pesquisar os melhores preços de produtos para importação, definir os meios de transporte mais favoráveis para cada transação, fazer previsões sobre o mercado cambial, formular propostas contratuais, respeitando as normas que regem o comércio internacional, efetuar parcerias estratégicas com empresas internacionais, entre outras funções.

"Também é preciso sempre se atualizar. É necessário o ensino continuado, a aprendizagem continuada, a atualização de leis etc.".

Perfil do curso

Para Garrido, em primeiro lugar, o estudante que deseja ingressar neste curso deverá possuir vontade e sede de ensino, para que aproveite com plenitude o potencial dos professores e o próprio potencial. "O aluno não deve ver o curso como o término, mas como o início de uma imensa jornada", diz o coordenador.

Somado a isso, aponta como características desejáveis do estudante uma capacidade de empreendedorismo e de comunicação, já que a profissão abarca, como uma de suas funções, o contato com potenciais fornecedores e compradores para alavancar vendas ou minimizar custos, além do conhecimento de um segundo ou terceiro idioma, já que as relações comerciais se darão com o mercado estrangeiro. "Até mesmo em estágios, exige-se muitas vezes fluência em inglês e espanhol", complementa ele.

Mercado

As áreas de atuação nesse segmento são muitas, o que torna o mercado bastante amplo. Há possibilidade em empresas públicas e privadas e organismos nacionais e internacionais ligados à atividade de exportação e importação, empresas de logística, áreas de câmbio em instituições financeiras e seguradoras, além de consultorias.

Segundo Garrido, muitas empresas têm procurado a coordenação do curso à procura de potenciais profissionais da área. "Há muitas vagas em empresas de qualquer porte, muita carência de profissionais, mesmo nas pequenas empresas. Desde pequenas confecções até indústrias automobilísticas estão recrutando tecnólogos, tanto para estágios quanto para cargos gerenciais.

Sobre as exigências do mercado, Garrido diz que conhecimentos da língua inglesa e espanhola são encarados como diferenciais e até mesmo, caso o estudante ou o profissional não os possua, pode se tornar um empecilho para a conquista de uma vaga. "O mercado é carente, mas exigente. É forte a concorrência", alerta o coordenador.

Dicas de sites

Para que o estudante ou mesmo o profissional se informem sobre a profissão e fiquem antenados com os recentes acontecimentos nessa área, o professor indica alguns sites, como o da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior - FUNCEX (www.funcex.com.br), da Associação de Comércio Exterior do Brasil - AEB (www. aeb.org.br) do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae (www.sebrae.com.br) do BrazilTradeNet (www.braziltradenet.gov.br) e de Câmaras de Comércio, como a Americana (www.amcham.com.br).

Fonte: Folha de Pernanbuco

ITTO Sindimadeira_rs