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Notícias
23
abr
2009
(SETOR FLORESTAL)
Feira da Floresta inicia com debate sobre futuro do setor no Mercosul
O Fórum Internacional do Agronegócio Florestal, evento integrante da primeira edição da Feira da Floresta, realizada no Centro de Eventos Serra Park, em Gramado (RS), abriu na manhã desta quarta-feira, 22, com o painel "Desafios e oportunidades para o desenvolvimento das atividades de base florestal". Ao abrir a discussão, com a participação de especialistas do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o moderador, Fernando Henrique da Fonseca, presidente da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF), apontou um dos principais desafios - comum aos quatro países - enfrentados pelo setor: a falta de informação da população acerca dos benefícios do plantio de florestas. "Precisamos tornar o setor conhecido, mostrando que ele é tecnicamente viável e ressaltando suas vantagens", afirmou.
A crise financeira internacional foi um tema recorrente durante o painel, mencionada como principal obstáculo ao crescimento do setor, que vinha se mantendo positivo até o ano passado. No Brasil, que possui hoje mais de seis milhões de hectares de área plantada, o ano de 2009 deve se caracterizar pela cautela, com foco apenas na manutenção do plantio, acredita Fonseca: "No ano passado, por exemplo, produzimos 12.850 toneladas de celulose. Para 2009, no entanto, projetamos apenas um crescimento vegetativo". Apesar deste e de outros desafios, como a legislação florestal desatualizada e a necessidade de desburocratizar os processos para licenciamento de florestas, colheita e transporte de madeira, Fonseca confia na força das características do setor florestal brasileiro. "Nossa vantagem é que cortamos a árvore antes que os outros países. Só conseguimos fazer isso porque pesquisamos, dispomos de tecnologia e contamos com ótimas condições de clima e solo", avaliou.
Na Argentina, apesar de o tempo de cultivo ser maior que o do Brasil - de oito a 30 anos dependendo da espécie -, o gerente técnico da Associação Florestal Argentina, José Eduardo Saiz, comemora o bom desempenho do setor nas duas últimas décadas. Para ele, os bons números se devem, em grande parte, a uma lei de incentivo às plantações de florestas cultivadas, em vigência desde 1998. "Estimamos que 42 mil empregos foram gerados no setor em função desta lei. Mas, além de sociais, tivemos benefícios econômicos, com o aumento de área plantada, fiscais e ambientais", resumiu. Frente à crise, Saiz aponta a retomada da confiança dos investidores e a conquista da estabilidade jurídica como pontos de partida para a recuperação do setor. E não perde o otimismo: "Com a nossa experiência na Argentina, amparados na lei de incentivo, temos fortes expectativas de superar a marca de dois milhões de bosques cultivados".
Com uma realidade um pouco diferente de seus vizinhos, já que possui hoje apenas 41 mil hectares de florestas plantadas, o Paraguai também vem registrando um importante desenvolvimento no setor, principalmente nos avanços de base legal. O economista e vice-presidente da Federação Paraguaia de Madeireiros (Fepama), Rafael Calrstein, ressalta a importância do Instituto Florestal Nacional, autarquia em que os presidentes têm mandato de cinco anos, garantindo, assim, continuidade na administração florestal. "A criação de um fundo de desenvolvimento florestal, que capte novos recursos e investimentos para as atividades de base florestal, é um dos nossos desafios para o futuro", pontuou o especialista. Atualmente, o país, que sempre foi um exportador, agora está importando madeira. "Não é em grande quantidade, mas demonstra que hoje temos mais indústrias do que matéria-prima", afirmou.
O Uruguai, país representado no painel pelo membro da Diretoria da Sociedade de Produtores Florestais do Uruguai Carlos Faroppa, tem uma história de 20 anos de desempenho positivo no setor: plantou-se 800 mil hectares de florestas. Para o período de 2005 a 2010, foram estimados investimentos que ultrapassam os US$ 3.500.000. "Estamos iniciando uma fase mais madura de desenvolvimento, o que pode ser explicado também pelo fato de a maior parcela deste investimento ser projetada para a indústria", comentou Faroppa, que também atua como consultor da Organização dos Estados Americanos (OEA) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Ciente dos desafios a serem enfrentados pelo setor, como manter o ritmo de plantações e aumentar a geração própria de energia, ele tem grandes expectativas para o país: "Podemos ser a potência florestal do Mercosul", arriscou.
Feira da Floresta
Promovida pela Futuras Feiras e Empreendimentos com o apoio de entidades do setor florestal, a Feira da Floresta tem como objetivo dar maior visibilidade ao setor de florestas plantadas e oportunizar novos negócios. Até o dia 25, reúnem-se no Serra Park, em Gramado, empresas de equipamentos para o plantio, colheita, manejo, transporte, controle e acompanhamento ambiental, assim como tecnologias e recursos materiais para a produção em médias e pequenas propriedades rurais que desenvolvam a integração agrossilvipastoril. Além da feira, fazem parte da programação, a Mostra Florestal, exposição educativa direcionada a estudantes e público em geral, e o Fórum Internacional do Agronegócio Florestal, composto de painéis e palestras. Mais informações pelo site do evento: www.feiradafloresta.com.br.
A crise financeira internacional foi um tema recorrente durante o painel, mencionada como principal obstáculo ao crescimento do setor, que vinha se mantendo positivo até o ano passado. No Brasil, que possui hoje mais de seis milhões de hectares de área plantada, o ano de 2009 deve se caracterizar pela cautela, com foco apenas na manutenção do plantio, acredita Fonseca: "No ano passado, por exemplo, produzimos 12.850 toneladas de celulose. Para 2009, no entanto, projetamos apenas um crescimento vegetativo". Apesar deste e de outros desafios, como a legislação florestal desatualizada e a necessidade de desburocratizar os processos para licenciamento de florestas, colheita e transporte de madeira, Fonseca confia na força das características do setor florestal brasileiro. "Nossa vantagem é que cortamos a árvore antes que os outros países. Só conseguimos fazer isso porque pesquisamos, dispomos de tecnologia e contamos com ótimas condições de clima e solo", avaliou.
Na Argentina, apesar de o tempo de cultivo ser maior que o do Brasil - de oito a 30 anos dependendo da espécie -, o gerente técnico da Associação Florestal Argentina, José Eduardo Saiz, comemora o bom desempenho do setor nas duas últimas décadas. Para ele, os bons números se devem, em grande parte, a uma lei de incentivo às plantações de florestas cultivadas, em vigência desde 1998. "Estimamos que 42 mil empregos foram gerados no setor em função desta lei. Mas, além de sociais, tivemos benefícios econômicos, com o aumento de área plantada, fiscais e ambientais", resumiu. Frente à crise, Saiz aponta a retomada da confiança dos investidores e a conquista da estabilidade jurídica como pontos de partida para a recuperação do setor. E não perde o otimismo: "Com a nossa experiência na Argentina, amparados na lei de incentivo, temos fortes expectativas de superar a marca de dois milhões de bosques cultivados".
Com uma realidade um pouco diferente de seus vizinhos, já que possui hoje apenas 41 mil hectares de florestas plantadas, o Paraguai também vem registrando um importante desenvolvimento no setor, principalmente nos avanços de base legal. O economista e vice-presidente da Federação Paraguaia de Madeireiros (Fepama), Rafael Calrstein, ressalta a importância do Instituto Florestal Nacional, autarquia em que os presidentes têm mandato de cinco anos, garantindo, assim, continuidade na administração florestal. "A criação de um fundo de desenvolvimento florestal, que capte novos recursos e investimentos para as atividades de base florestal, é um dos nossos desafios para o futuro", pontuou o especialista. Atualmente, o país, que sempre foi um exportador, agora está importando madeira. "Não é em grande quantidade, mas demonstra que hoje temos mais indústrias do que matéria-prima", afirmou.
O Uruguai, país representado no painel pelo membro da Diretoria da Sociedade de Produtores Florestais do Uruguai Carlos Faroppa, tem uma história de 20 anos de desempenho positivo no setor: plantou-se 800 mil hectares de florestas. Para o período de 2005 a 2010, foram estimados investimentos que ultrapassam os US$ 3.500.000. "Estamos iniciando uma fase mais madura de desenvolvimento, o que pode ser explicado também pelo fato de a maior parcela deste investimento ser projetada para a indústria", comentou Faroppa, que também atua como consultor da Organização dos Estados Americanos (OEA) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Ciente dos desafios a serem enfrentados pelo setor, como manter o ritmo de plantações e aumentar a geração própria de energia, ele tem grandes expectativas para o país: "Podemos ser a potência florestal do Mercosul", arriscou.
Feira da Floresta
Promovida pela Futuras Feiras e Empreendimentos com o apoio de entidades do setor florestal, a Feira da Floresta tem como objetivo dar maior visibilidade ao setor de florestas plantadas e oportunizar novos negócios. Até o dia 25, reúnem-se no Serra Park, em Gramado, empresas de equipamentos para o plantio, colheita, manejo, transporte, controle e acompanhamento ambiental, assim como tecnologias e recursos materiais para a produção em médias e pequenas propriedades rurais que desenvolvam a integração agrossilvipastoril. Além da feira, fazem parte da programação, a Mostra Florestal, exposição educativa direcionada a estudantes e público em geral, e o Fórum Internacional do Agronegócio Florestal, composto de painéis e palestras. Mais informações pelo site do evento: www.feiradafloresta.com.br.
Fonte: Feira da Floresta
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