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Notícias
07
abr
2009
(DESMATAMENTO)
Amazônia peruana é devastada por índios. A floresta está sendo atacada por todos os lados
Começa agora no jornalismo da Rede Globo, e vai até o fim do ano, o projeto Amazônia! Nossos programas e telejornais vão mostrar tudo o que acontece na região. E nesta primeira reportagem, você vai ver que a floresta está sendo atacada por todos os lados. E que a devastação da Amazônia é um problema internacional.
Frutas morro acima - morro abaixo, árvores no chão, queimadas. Tanta derrubada só para produzir laranjas e abacaxi.
Repórter: Quando a senhora chegou aqui era tudo floresta?
Maria Biennueva, produtora rural: Sim.
Nos primeiros plantios, boas colheitas. Três, quatro anos depois, começam os problemas. A terra perde a fertilidade e a produção de frutas cai.
Uma prova do empobrecimento da terra em áreas desmatadas nas montanhas da Amazônia peruana é uma plantação de abacaxi que foi abandonada há pouco tempo. A planta nasceu, cresceu, mas o fruto não se desenvolve, por falta de nutrientes.
“Eram maiores as frutas, agora não”, conta Jesus Maoique Contrera, produtor rural.
É sempre assim: quando a produção diminui, eles abandonam a área e vão desmatar mais adiante. Não é à toa que a selva central do Peru é considerada por ambientalistas uma das regiões mais devastadas da Amazônia.
Passamos oito dias viajando pela região. De San Ramon, porta de entrada da floresta, ao Rio Tambo, o que vimos é desolador. A cordilheira, antes verde exuberante, agora se mostra cinzenta.
“O clima também mudou”, diz o engenheiro agrônomo Jacintho Perez. “Temperaturas são cada vez mais baixas à noite e durante o dia o calor fica mais intenso a cada ano que passa”.
Os agricultores que migraram das montanhas geladas, onde não há floresta, desmatam sem piedade, mas eles não são os únicos. O professor de engenharia florestal Ruben Caballero diz que a extração da madeira é feita sem planejamento e critica a falta de um programa que seja capaz de recompor os bosques.
O Rio Tambo rasga a selva central em direção ao Marañon, o nome peruano do nosso Rio Amazonas. Pelas águas navegam também as provas de um crime. E o mais surpreendente: um crime praticado por quem depende da floresta para viver.
Fomos ao território dos índios achanincas, uma das etnias mais tradicionais da Amazônia. Só nas duas margens do Rio Tambo, são 108 comunidades indígenas da tribo achaninca. Em todas elas, a extração de madeira é a principal atividade econômica.
Para desembarcar no lugar, precisamos de autorização do conselho indígena e do apoio de um homem: Pepe Campos, uma das lideranças achaninca na região do Rio Tambo.
Na chegada, vimos um carregamento de madeira serrada. Os responsáveis pelo barco não quiseram nos mostrar as guias que liberariam o transporte. “Isso é exportado, madeira para fazer piso”, explica Pepe Campos.
Bem na entrada da aldeia, uma triste constatação: toras por todos os lados, de várias espécies, inclusive, as ameaçadas de extinção. E acredite: uma serraria enorme funciona em pleno território indígena.
O gerente alega que tudo funciona dentro da lei. Mas quando pedimos para ver os documentos e conhecer a serraria... “Me desculpe, não podemos localizar os donos”, diz ele.
“É clandestino, por isso não permitem. Não tem autorização”, confirma Pepe.
Apesar de não ter autorização, funciona a todo vapor, em parceria com os índios. Na verdade, eles arrendaram a floresta aos madeireiros.
Para ajudar na fiscalização, o governo peruano criou a polícia ecológica. Um posto de controle é o único que funciona na região onde a floresta é mais pressionada. Mas só há três policiais para cobrir 20 mil quilômetros quadrados.
Se já é difícil para a polícia, para o órgão que tem a obrigação de proteger a mata, a missão é quase impossível. No Inrena, o Ibama peruano, faltam funcionários até para trabalhar nas estradas, nos postos de controle.
Reydo Ângulo, chefe do Inrena em Satipo, diz que dez trabalhadores cuidam de dois milhões de hectares de mata, 200 mil hectares por funcionário. É como se cada fiscal do Inrena tivesse que vigiar sozinho uma área maior que a cidade de São Paulo.
De acordo com o relatório da ONU, proporcionalmente o Peru desmatou em 25 anos o mesmo tanto que o Brasil. O governo peruano criou recentemente o Ministério do Meio Ambiente, mas reconhece: pelo menos 40% da madeira que circula nessa região da Amazônia tem procedência ilegal.
Uma tribo bem que poderia ser o espelho da região. No distrito de Pangoa, os índios preservam as tradições. O sustendo vem do artesanato, da agricultura e da pesca. Comida nunca falta, pelo contrário: sobra até para os penetras. Sem dúvida, para esse povo simpático é mesmo engraçado ver um brasileiro curioso experimentando os sabores do cardápio indígena peruano e falando portunhol.
E a Amazônia também é assunto no Jornal Nacional, que exibe a partir desta segunda-feira uma série sobre a BR-163, a rodovia construída no meio da floresta para ligar Mato Grosso ao Pará. No lugar, soja é poder. Em alguns trechos a estrada fica intransitável. E educar é um desafio.
E no portal globoamazônia.com você encontra todas as informações sobre a região, além de um mapa interativo que mostra, em tempo real, as queimadas e o desmatamento na floresta.
Frutas morro acima - morro abaixo, árvores no chão, queimadas. Tanta derrubada só para produzir laranjas e abacaxi.
Repórter: Quando a senhora chegou aqui era tudo floresta?
Maria Biennueva, produtora rural: Sim.
Nos primeiros plantios, boas colheitas. Três, quatro anos depois, começam os problemas. A terra perde a fertilidade e a produção de frutas cai.
Uma prova do empobrecimento da terra em áreas desmatadas nas montanhas da Amazônia peruana é uma plantação de abacaxi que foi abandonada há pouco tempo. A planta nasceu, cresceu, mas o fruto não se desenvolve, por falta de nutrientes.
“Eram maiores as frutas, agora não”, conta Jesus Maoique Contrera, produtor rural.
É sempre assim: quando a produção diminui, eles abandonam a área e vão desmatar mais adiante. Não é à toa que a selva central do Peru é considerada por ambientalistas uma das regiões mais devastadas da Amazônia.
Passamos oito dias viajando pela região. De San Ramon, porta de entrada da floresta, ao Rio Tambo, o que vimos é desolador. A cordilheira, antes verde exuberante, agora se mostra cinzenta.
“O clima também mudou”, diz o engenheiro agrônomo Jacintho Perez. “Temperaturas são cada vez mais baixas à noite e durante o dia o calor fica mais intenso a cada ano que passa”.
Os agricultores que migraram das montanhas geladas, onde não há floresta, desmatam sem piedade, mas eles não são os únicos. O professor de engenharia florestal Ruben Caballero diz que a extração da madeira é feita sem planejamento e critica a falta de um programa que seja capaz de recompor os bosques.
O Rio Tambo rasga a selva central em direção ao Marañon, o nome peruano do nosso Rio Amazonas. Pelas águas navegam também as provas de um crime. E o mais surpreendente: um crime praticado por quem depende da floresta para viver.
Fomos ao território dos índios achanincas, uma das etnias mais tradicionais da Amazônia. Só nas duas margens do Rio Tambo, são 108 comunidades indígenas da tribo achaninca. Em todas elas, a extração de madeira é a principal atividade econômica.
Para desembarcar no lugar, precisamos de autorização do conselho indígena e do apoio de um homem: Pepe Campos, uma das lideranças achaninca na região do Rio Tambo.
Na chegada, vimos um carregamento de madeira serrada. Os responsáveis pelo barco não quiseram nos mostrar as guias que liberariam o transporte. “Isso é exportado, madeira para fazer piso”, explica Pepe Campos.
Bem na entrada da aldeia, uma triste constatação: toras por todos os lados, de várias espécies, inclusive, as ameaçadas de extinção. E acredite: uma serraria enorme funciona em pleno território indígena.
O gerente alega que tudo funciona dentro da lei. Mas quando pedimos para ver os documentos e conhecer a serraria... “Me desculpe, não podemos localizar os donos”, diz ele.
“É clandestino, por isso não permitem. Não tem autorização”, confirma Pepe.
Apesar de não ter autorização, funciona a todo vapor, em parceria com os índios. Na verdade, eles arrendaram a floresta aos madeireiros.
Para ajudar na fiscalização, o governo peruano criou a polícia ecológica. Um posto de controle é o único que funciona na região onde a floresta é mais pressionada. Mas só há três policiais para cobrir 20 mil quilômetros quadrados.
Se já é difícil para a polícia, para o órgão que tem a obrigação de proteger a mata, a missão é quase impossível. No Inrena, o Ibama peruano, faltam funcionários até para trabalhar nas estradas, nos postos de controle.
Reydo Ângulo, chefe do Inrena em Satipo, diz que dez trabalhadores cuidam de dois milhões de hectares de mata, 200 mil hectares por funcionário. É como se cada fiscal do Inrena tivesse que vigiar sozinho uma área maior que a cidade de São Paulo.
De acordo com o relatório da ONU, proporcionalmente o Peru desmatou em 25 anos o mesmo tanto que o Brasil. O governo peruano criou recentemente o Ministério do Meio Ambiente, mas reconhece: pelo menos 40% da madeira que circula nessa região da Amazônia tem procedência ilegal.
Uma tribo bem que poderia ser o espelho da região. No distrito de Pangoa, os índios preservam as tradições. O sustendo vem do artesanato, da agricultura e da pesca. Comida nunca falta, pelo contrário: sobra até para os penetras. Sem dúvida, para esse povo simpático é mesmo engraçado ver um brasileiro curioso experimentando os sabores do cardápio indígena peruano e falando portunhol.
E a Amazônia também é assunto no Jornal Nacional, que exibe a partir desta segunda-feira uma série sobre a BR-163, a rodovia construída no meio da floresta para ligar Mato Grosso ao Pará. No lugar, soja é poder. Em alguns trechos a estrada fica intransitável. E educar é um desafio.
E no portal globoamazônia.com você encontra todas as informações sobre a região, além de um mapa interativo que mostra, em tempo real, as queimadas e o desmatamento na floresta.
Fonte: Fantástico
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