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Notícias
01
abr
2009
(MADEIRA E PRODUTOS)
Setor madeireiro enfrenta duas crises
Balanço elaborado pela Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex) expõe o cenário crítico da exportação madeireira paraense. Os números referentes aos meses de janeiro e fevereiro deste ano apresentam queda de 60% no valor e 65% na quantidade exportada, se comparados com o mesmo período do ano anterior.
Os empresários que trabalham com o mercado internacional admitem que a crise mundial tenha causado um forte impacto na comercialização dos produtos industrializados e manufaturados de madeira do Pará. No entanto, ainda apontam a demora e burocracia no licenciamento ambiental como a principal razão para as dificuldades que atravessam.
'Cabe ao Governo dar o rumo ou o ritmo da economia que deseja ter. Neste momento de crise internacional, mais do que nunca, é preciso remover os gargalos que atrapalham a produção. Com esse cenário de burocracia, como atrair novos investimentos e motivar os empresários a investirem no setor?', indaga Justiniano Netto, diretor executivo da Aimex.
Os indicadores negativos já acompanhavam o setor madeireiro bem antes da crise começar e se instalar ao redor do planeta. 'No Pará, enfrentamos duas crises, a financeira global e a mais antiga, que já dura perto de cinco anos. Esta última, ocasionada pela demora nos licenciamentos ambientais dos planos de manejo e reflorestamento, que são fontes seguras de matéria-prima. Só resolvendo este passivo é que as empresas terão segurança para correr atrás de contratos novos. Essenciais nesse momento!', afirma o diretor.
Ainda no começo do ano passado, pela primeira vez em toda a história do setor florestal, o Pará comprou madeira de outro país, especificamente da Bolívia, que forneceu o primeiro lote com 20 metros cúbicos de madeira na primeira quinzena de maio. O Pará também está comprando madeira de florestas plantadas de outros estados. São medidas emergenciais para atender contratos de médio e longo prazo com os mercados europeu e americano. Segundo a Aimex, estes são exemplos da maior crise do setor florestal das últimas duas décadas.
Para Netto, o Governo precisa, e rápido, de políticas que promovam a atividade florestal. 'O que o Governo não percebe, ou, ao menos, parece não perceber, é que a Amazônia tem mais de 70% do seu território formado por florestas, então, qual a nossa opção senão desenvolver a atividade florestal? Por isso é preciso investir rapidamente nas concessões florestais e na política do reflorestamento. A atividade legal precisa ser fortalecida', ilustra Justiniano.
Guilherme Carvalho, diretor técnico da Aimex, ressalta que o setor produtivo está passando por uma grave crise financeira e que há necessidade do Governo Estadual implantar ações para reduzir o impacto dessa crise sobre a economia paraense. Para ele, as medidas adotadas pelo governo estadual ainda são insuficientes. 'Foram positivas as medidas recentemente anunciadas pelo Governo do Estado, mas ainda há muito por fazer diante de um cenário de crise sem precedente como este, e isto compreende principalmente a reestruturação da SEMA, tornando-a mais ágil e funcional para atender a demanda do setor produtivo. Somente isto possibilitaria que o setor supere os efeitos da crise financeira', comenta. 'É importante também que as concessões florestais sejam viabilizadas este ano pelo Ideflor, para o setor manter e ampliar investimentos para o desenvolvimento social e econômico do Estado do Pará', concluiu o diretor.
As concessões florestais que Carvalho e Justiniano comentam são mecanismos de produção, no qual o Governo destina áreas de florestas públicas para serem exploradas por empresas, de forma uma sustentável e com a determinação do pagamento de royalties para os municípios próximos às áreas concedidas e para o Estado. Essas empresas concorrem através de edital, que pontua, entre outros critérios, os benefícios sociais e econômicos que serão implantados na área explorada.
Por mais simples que possa parecer a implantação desse modelo de produção, o Pará ainda enfrenta muitas dificuldades para desenvolver uma atividade florestal forte e organizada. 'Infelizmente, temos vastos recursos florestais, mas não conseguimos ter uma política de produção ordenada e mais verticalizada. Perdemos muito tempo discutindo normas e procedimentos para aprovação dos planos de manejo florestal sustentável, reflorestamento ou as concessões públicas florestais, que são meros mecanismos de acesso aos recursos florestais, nativos ou plantados. Enquanto deveríamos estar pensando estratégias para otimizar a produção, agregar mais valor para internalizar mais divisas ao nosso país, e conquistar novos mercados', destaca o diretor técnico.
Mesmo diante desses fatos, o potencial da região ainda encoraja o setor produtivo de base florestal a insistir e cobrar as políticas públicas. 'Não se trata aqui de fatalismo, a atividade florestal, por exemplo, não está em decadência, como aconteceu com a indústria dos LPs. Não existe ninguém levando nossa madeira e plantando em outro lugar para competir conosco, como foi o caso da borracha. Ainda temos a maior floresta tropical do mundo e existe um grande mercado para os produtos tropicais, que, certamente, está sendo preenchido por outros produtos - madeira de florestas temperadas, reflorestadas, gesso, plástico, alumínio -, enquanto não tivermos competência para atender esse mercado', avalia Netto.
Os empresários que trabalham com o mercado internacional admitem que a crise mundial tenha causado um forte impacto na comercialização dos produtos industrializados e manufaturados de madeira do Pará. No entanto, ainda apontam a demora e burocracia no licenciamento ambiental como a principal razão para as dificuldades que atravessam.
'Cabe ao Governo dar o rumo ou o ritmo da economia que deseja ter. Neste momento de crise internacional, mais do que nunca, é preciso remover os gargalos que atrapalham a produção. Com esse cenário de burocracia, como atrair novos investimentos e motivar os empresários a investirem no setor?', indaga Justiniano Netto, diretor executivo da Aimex.
Os indicadores negativos já acompanhavam o setor madeireiro bem antes da crise começar e se instalar ao redor do planeta. 'No Pará, enfrentamos duas crises, a financeira global e a mais antiga, que já dura perto de cinco anos. Esta última, ocasionada pela demora nos licenciamentos ambientais dos planos de manejo e reflorestamento, que são fontes seguras de matéria-prima. Só resolvendo este passivo é que as empresas terão segurança para correr atrás de contratos novos. Essenciais nesse momento!', afirma o diretor.
Ainda no começo do ano passado, pela primeira vez em toda a história do setor florestal, o Pará comprou madeira de outro país, especificamente da Bolívia, que forneceu o primeiro lote com 20 metros cúbicos de madeira na primeira quinzena de maio. O Pará também está comprando madeira de florestas plantadas de outros estados. São medidas emergenciais para atender contratos de médio e longo prazo com os mercados europeu e americano. Segundo a Aimex, estes são exemplos da maior crise do setor florestal das últimas duas décadas.
Para Netto, o Governo precisa, e rápido, de políticas que promovam a atividade florestal. 'O que o Governo não percebe, ou, ao menos, parece não perceber, é que a Amazônia tem mais de 70% do seu território formado por florestas, então, qual a nossa opção senão desenvolver a atividade florestal? Por isso é preciso investir rapidamente nas concessões florestais e na política do reflorestamento. A atividade legal precisa ser fortalecida', ilustra Justiniano.
Guilherme Carvalho, diretor técnico da Aimex, ressalta que o setor produtivo está passando por uma grave crise financeira e que há necessidade do Governo Estadual implantar ações para reduzir o impacto dessa crise sobre a economia paraense. Para ele, as medidas adotadas pelo governo estadual ainda são insuficientes. 'Foram positivas as medidas recentemente anunciadas pelo Governo do Estado, mas ainda há muito por fazer diante de um cenário de crise sem precedente como este, e isto compreende principalmente a reestruturação da SEMA, tornando-a mais ágil e funcional para atender a demanda do setor produtivo. Somente isto possibilitaria que o setor supere os efeitos da crise financeira', comenta. 'É importante também que as concessões florestais sejam viabilizadas este ano pelo Ideflor, para o setor manter e ampliar investimentos para o desenvolvimento social e econômico do Estado do Pará', concluiu o diretor.
As concessões florestais que Carvalho e Justiniano comentam são mecanismos de produção, no qual o Governo destina áreas de florestas públicas para serem exploradas por empresas, de forma uma sustentável e com a determinação do pagamento de royalties para os municípios próximos às áreas concedidas e para o Estado. Essas empresas concorrem através de edital, que pontua, entre outros critérios, os benefícios sociais e econômicos que serão implantados na área explorada.
Por mais simples que possa parecer a implantação desse modelo de produção, o Pará ainda enfrenta muitas dificuldades para desenvolver uma atividade florestal forte e organizada. 'Infelizmente, temos vastos recursos florestais, mas não conseguimos ter uma política de produção ordenada e mais verticalizada. Perdemos muito tempo discutindo normas e procedimentos para aprovação dos planos de manejo florestal sustentável, reflorestamento ou as concessões públicas florestais, que são meros mecanismos de acesso aos recursos florestais, nativos ou plantados. Enquanto deveríamos estar pensando estratégias para otimizar a produção, agregar mais valor para internalizar mais divisas ao nosso país, e conquistar novos mercados', destaca o diretor técnico.
Mesmo diante desses fatos, o potencial da região ainda encoraja o setor produtivo de base florestal a insistir e cobrar as políticas públicas. 'Não se trata aqui de fatalismo, a atividade florestal, por exemplo, não está em decadência, como aconteceu com a indústria dos LPs. Não existe ninguém levando nossa madeira e plantando em outro lugar para competir conosco, como foi o caso da borracha. Ainda temos a maior floresta tropical do mundo e existe um grande mercado para os produtos tropicais, que, certamente, está sendo preenchido por outros produtos - madeira de florestas temperadas, reflorestadas, gesso, plástico, alumínio -, enquanto não tivermos competência para atender esse mercado', avalia Netto.
Fonte: Folha do Progresso
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