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Em Arapongas, município do norte do Paraná, fabricantes de móveis de diversos Estados vão ter, até sexta-feira, um termômetro de como será 2009. Os maiores varejistas do Brasil e 23 importadores devem passar pela cidade, segundo maior pólo moveleiro do país, para participar da Movelpar, feira que conta com 190 expositores. A meta dos organizadores é fechar R$ 400 milhões em negócios, 30% mais que na última edição, realizada em 2007. Ontem, na abertura, os discursos de otimismo destoaram dos números divulgados sobre o desempenho do setor.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), o faturamento do segmento passou de R$ 22 bilhões em 2007 para R$ 27 bilhões em 2008, em boa parte por causa do mercado interno e pelo resultado positivo dos primeiros nove meses. Os números despencaram de setembro para cá, disse o presidente da associação, José Luiz Diaz Fernandez. A produção física caiu 16,2% em dezembro e, no ano, teve queda de 1,3%. A redução no número de empregados foi maior: 11,9%.
Hoje, cerca de 10% do que é produzido no país é exportado, e a queda dos embarques, de 1,7% em 2008 (somando US$ 988 milhões), se acentuou em 2009. Em janeiro, as exportações de móveis caíram 27,4% na comparação com igual mês do ano anterior. Não me assusta o resultado de um mês. Tenho convicção de que esses números vão mudar, afirmou Fernandez, que projeta crescimento de 3% a 5% no ano nas vendas no país. Para ele, o primeiro semestre será de retenção de investimentos, mas o segundo deve ser de retomada.
Os efeitos da crise estão bem aparentes nas tabelas distribuídas pela Abimóvel. Os Estados Unidos absorviam 31% das exportações há dois anos, mas a porcentagem caiu para 16,3%. No mesmo período, a Argentina passou de 8,1% para 12,1%. Os fabricantes brasileiros trabalham para conseguir novos mercados, reduzir impostos e até para que os financiamentos de imóveis novos incluam recursos para a compra de mobiliário.
Já na cerimônia de abertura, a crise foi o mote de mensagens de incentivo. Um padre rezou por ânimo para vencer os temores da crise. Segundo um pastor, enquanto o mundo lamenta a crise, temos sido abençoados. O vice-governador do Paraná, Orlando Pessuti, disse que o gol do Ronaldo gordo mostra que sempre há uma saída, referindo-se ao jogo entre Corinthians e Palmeiras.
Fonte: Valor Econômico
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