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Notícias

06
mar
2009
(EXPORTAÇÃO)
Mais de 2 mil empresas deixam comércio exterior

Mais de 2 mil empresas deixaram de atuar no comércio exterior no Brasil, seja em operações de exportação ou importação, somente em janeiro deste ano, segundo levantamento da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). O vice-presidente da entidade, José Augusto de Castro, considera o número assustador. Segundo ele, a maior parte das empresas que deixaram de operar é de pequeno e médio porte. Em janeiro de 2008, havia 9.332 empresas com operações de exportação no País.

Em janeiro deste ano, eram 8.223 companhias, com redução de 1.109 empresas. "Janeiro é um mês fraco e esse tipo de recuo costuma ocorrer, mas este ano foi muito pior", explicou Augusto de Castro. No ano passado, em janeiro, apenas 16 empresas deixaram de exportar, comparativamente ao total das que exportavam em igual mês do ano anterior.

Em relação às importadoras, 1.041 empresas deixaram de operar em janeiro deste ano. Em janeiro de 2008, 14.611 empresas faziam operações de importação e, em igual mês deste ano, eram 13.570 empresas. Para se ter uma ideia, em janeiro de 2008 o movimento foi inverso, ou seja, houve acréscimo de 1.935 empresas importadoras em relação ao mesmo mês de 2007.

Segundo Augusto de Castro, no caso das importadoras, a taxa de câmbio justificou a queda no número de empresas. Quanto às exportadoras, o recuo de preços de commodities e a retração do mercado internacional foram os principais desestímulos. Apesar do susto em janeiro, Castro alerta que a diminuição do número de empresas que fazem operações de comércio exterior não deve ser interpretada como uma tendência para o ano. Segundo ele, o cenário atual é muito imprevisível e, por isso, difícil para fazer projeções. Além disso, ele lembra que as empresas podem ter deixado momentaneamente de fazer negócios, mas podem retornar ao mercado no futuro, já que não fecharam as portas, embora tenham paralisado suas atividades. A dúvida sobre os próximos meses está na magnitude da queda, afirmou. "Janeiro e fevereiro são meses normalmente fracos e não servem de parâmetro, mas, ao mesmo tempo, é difícil que ocorra uma reversão no curto prazo", disse.

O sócio da DMM Export, empresa paulista de médio porte especializada em operações de trading e consultoria em importação e exportação, Daniel Martins, disse que o mercado de comércio exterior realmente parou em janeiro e que este início de ano foi o pior para o setor desde o início de 1999. Contudo, ele avalia que a situação começa a se normalizar nesta primeira semana de março. Segundo o executivo, o cenário é mais complicado para exportadores do que para importadores. "O poder de reação das exportações é mais de longo prazo, as operações de importação podem ser retomadas de forma mais rápida", explica.

Martins avalia que as empresas que deixaram de operar em janeiro são, na maior parte, de grande porte, que fizeram investimentos elevados até a metade do ano passado por causa da expectativa de continuidade do crescimento do mercado internacional. Com a crise, segundo ele, "95% dessas empresas estão se retraindo".

Fonte: CGI Moveleiro

ITTO Sindimadeira_rs