Empresários do setor advertem que o aumento nas vendas ao Mercosul não são suficiente para compensar a queda do envio a América do Norte. Consideram necessário reativar o mercado interno de manufaturas.

O maior sócio da Argentina no Mercosul foi durante 2008 a principal alternativa que ofereceu o mercado externo frente a queda da demanda de madeira por parte dos Estados Unidos, histórico principal comprador da produção da indústria florestal del Nea. Os empresários do ramo advertem que as compras brasileiras são um remédio insuficiente para compensar dois anos consecutivos de queda nas vendas ao gigante norte-americano.

O aumento dos envios de madeira e seus manufaturados ao Brasil foi de 13 por cento nos primeiros dez meses de 2008, em relação a igual período do ano anterior, enquanto que as exportações de madeira serrada aos Estados Unidos, caíram 29 por cento e as de manufaturas de madeira 0,5 por cento no mesmo período, segundo dados difundidos pelo instituto Ieral (dependente da Fundação Mediterrânea) em seu último informe.

O setor privado entende que para combater a crise internacional é necessário incrementar o consumo interno. Com este objetivo, destacam-se as medidas anunciadas pelo governo provincial para incentivar a construção de casas de madeira.

O dado referido as manufaturas de madeira com destino ao país do norte, mostra um câmbio com uma tendência de forte de retração durante 2007 respectivo a 2006, quando a baixa foi de 44 por cento.

Quanto ao incremento obtido com as vendas ao Brasil, o trabalho da Ieral mostra uma tendência de crescimento que se mantém desde 2003. Ainda vale destacar que nos primeiros anos deste processo, as compras brasileiras para Argentina cresceram a um ritmo maior que as compras de madeira totais efetivadas por esse mesmo país, nos últimos três anos essa tendência se reverteu.

Assim, enquanto que em 2003 o volume total de madeira importada pelo Brasil havia aumentado 30 por cento com relação ao ano anterior, as compras do mesmo produto da Argentina haviam crescido em 84 por cento. Já nos primeiros dez meses de 2008, relação a 2007, a relação se inverteu: as compras a Argentina foram menores (13%) que as compras gerais (34%).

O dado indica que o Brasil está cobrindo 66 por cento de sua demanda com outros fornecedores, enquanto que o complexo florestal industrial del Nea argentino mantém ociosa boa parte de sua capacidade industrial por causa da queda dos pedidos provenientes dos Estados Unidos.

Boa pasta

As exportações de pasta celulósica ao Brasil registraram um considerável aumento de 36 por cento nos primeiros dez meses de 2008 com relação a 2007. Se trata do terceiro ano consecutivo com aumento nas vendas ao Brasil de pasta celulósica argentina.

Fonte: Misiones Online/Guiaforestal/Remade