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Notícias

05
mar
2009
(IBAMA)
Ibama evita desastre sócio-ambiental em Rondônia

Em atividade de rotina, fiscal do núcleo de Fauna do Ibama - RO, apreendeu, no dia 27/02/09, um caminhão com centenas de pneus velhos que teriam como destino terreno baldio próximo ao igarapé Bate Estaca, na Estrada da Areia Branca, via pública que dá acesso a vários sítios e chácaras em Porto Velho.

O dono da carga, um borracheiro, foi autuado de acordo com o decreto 6.514/08, pela destinação inapropriada de pneus no meio ambiente. Certamente o autor da infração não estava ciente do malefício que os pneus trariam a saúde pública e ao meio ambiente.

Os pneus são normalmente queimados ou jogados a céu aberto. O processo da queima resulta na combustão que prolifera o óleo pirolítico e cinzas.

O óleo contém produtos químicos tóxicos e metais pesado capazes de produzir perda de memória, deficiência no aprendizado, supressão no sistema imunológico, além de danos nos rins e no fígado. Ainda na forma de óleo, ele pode infiltrar no solo contaminando a água inclusive contaminando os lençóis freáticos. As cinzas também contêm elementos nocivos semelhantes ao óleo pirolítico e causa os mesmos males.

A fumaça da queima dos pneus é o pior resíduo obtido. Ela tem entres seus componentes as dioxinas e os furanos, além de outros compostos cancerígenos. Esses elementos são responsáveis por atrofia muscular, deformação de crianças, problemas toráxicos e do coração, além de dificuldades respiratórias, infertilidade e até mesmo o câncer.

Sem contar que os pneus são verdadeiros berçários de mosquitos que proliferam doenças como Dengue, Febre amarela, entre outras doenças causadas por parasitas.

Esse problema atinge toda a Região Norte, vale salientar que a cooperativa mais próxima para a destinação correta de resíduos fica a mais de 2.000km, em Campo Grande/Mato Grosso do Sul. Temos ainda o problema da falta de políticas públicas para destinação correta de materiais recicláveis, a conseqüência disso é um grande impacto na saúde da população, resultando em enormes gastos com saúde que poderiam ser aplicados em saneamento, e mesmo na destinação adequada destes resíduos. Cientistas estimam que pneus os levem até 450 anos para decomporem.

Outro grande problema é a falta do cumprimento da legislação ambiental brasileira segundo a Resolução CONAMA Nº 258, exige-se que os fabricantes e importadores de pneus sejam responsáveis pela coleta e destinação adequada desse material.

Quando é usado e destinado corretamente, o pneu tem várias utilidades. No dia-a-dia absorve os impactos entre o carro e o solo, tornando o transporte mais confortável e funcional, após a utilização muitos podem ser recauchutados, aumentando sua vida útil em 40%, porém outros não poderão mais ser aproveitados.

Como uso alternativo o pneu pode ser usado de forma direta na proteção de construções à beira mar e na contenção da erosão do solo ou associado a calçadas funcionando como amortecedor para o crescimento de plantas com raízes grandes, evitando rachaduras. Pode também ser utilizado como combustível em fornos de cimento e usinas termoelétricas, combustível para produção de cimento, cal, papel, e celulose. Os pneus podem ser triturados e o pó gerado misturado ao asfalto o que aumenta a sua elasticidade e durabilidade.

Segundo dados estatísticos de fevereiro de 2009 do site Detran/RO, temos em Porto Velho uma frota de 136.160 veículos transitando. Se fizermos uma média de troca de pneus a cada dois anos, sendo que o desgaste dos pneus se dá através de seu uso, que nem sempre chega a dois anos, teremos uma incrível quantidade de mais de 500.000 pneus velhos sem destino a cada quatro anos.

Outro levantamento feito no site da prefeitura de PVH em 2006 mostra que os pneus são o segundo no ranking de incidências de dengue nesta cidade, sendo responsável por 26,83% dos casos.

A preservação das condições ideais de meio ambiente, de modo a propiciar boas condições de vida à população, conforme determina a constituição federal, exige das autoridades públicas ações efetivas ao combate às diferentes formas de poluição ambiental. Falta ainda incentivo para as diferentes iniciativas empresariais de reciclagem de pneus velhos.

Fonte: Rondonotícias

ITTO Sindimadeira_rs