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Notícias

03
mar
2009
(MADEIRA E PRODUTOS)
Demissões aumentam 75% no setor madeireiro

O volume de rescisões de contrato de trabalho no setor madeireiro aumentou em torno de 75% neste mês, conforme dados do Sindicato dos Oficiais Marceneiros e Trabalhadores nas Indústrias de Serrarias e Móveis de Madeira de Ponta Grossa (Sintramadeira). A situação agrava ainda mais a decadência do setor que sofre com a crise desde 2005.

Segundo o presidente do Sintramadeira, José Zierhut, o número ainda é parcial, mas reflete a crise econômica mundial, deflagrada em setembro do ano passado. Para minimizar os impactos da crise, Zierhut diz que o sindicato está orientando as empresas e, se preciso for, vai propor a utilização do banco de horas ou redução na jornada de trabalho. "Muitas têm nos procurado para buscar soluções, caso seja necessário. A crise refletiu somente agora e o volume de rescisões deu uma acelerada", diz.

As demissões mais recentes, conforme Zierhut, partiram da Lousiana Pacific, que demitiu em torno de 10 funcionários nesta semana. Segundo o Sintramadeira, a Masisa, que havia comunicado demissões locais, suspendeu os desligamentos. O Sindicato aponta ainda que a crise também resultou no fechamento de cinco empresas locais.

Atualmente Ponta Grossa conta com 150 madeireiras e marcenarias, que empregam em torno de 3 mil trabalhadores. "O setor sofre com a crise econômica há mais de três anos, quando ainda empregava quase 5 mil trabalhadores", explica.

Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias e Tanoarias e de Marcenarias de Ponta Grossa (Sindicato da Madeira de Ponta Grossa),Ivo Bremm, a crise realmente existe, mas ele acredita que o setor não foi pego de surpresa. Segundo ele, a crise vem afetando o setor desde 2005. "Há tempo vínhamos discutindo a situação, portanto o problema era detectado há tempo. A exportação de madeira compensada e outros derivados para os Estados Unidos sofreram uma queda significativa, em função da crise imobiliária norte-americana, devido à retração no mercado de construção civil", frisa.

O presidente do Sindicato Patronal comenta que é necessário aproveitar a crise para inovar e buscar alternativas modernas. As perspectivas, no entanto, não são positivas. "A curto prazo não temos como prever a situação, mas pode ser que a partir do segundo semestre, a economia volte a se estabilizar", diz.

Crise afeta exportações

A redução no número de profissionais contratados nas empresas madeireiras reflete a falta de exportação e a queda nas vendas no mercado interno. Dados da Receita Federal mostram que um dos setores que 'puxou' a queda nas exportações de Ponta Grossa no último trimestre do ano foi o madeireiro. No período, o volume de madeira exportada foi 42% (US$ 46,5 milhões) menor se comparada ao último trimestre do ano anterior (US$ 80,1 milhões). A alternativa, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias e Tanoarias e de Marcenarias de Ponta Grossa (Sindicato da Madeira de Ponta Grossa), Ivo Bremm, é explorar ainda mais o mercado interno. "As empresas que voltaram a produção, também para o mercado interno, estão sofrendo menos", finaliza.

Fonte: JM News

ITTO Sindimadeira_rs