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Notícias
20
fev
2009
(GERAL)
20% da área devastada da Amazônia tem floresta em fase de regeneração
Pela primeira vez desde que começou a monitorar o desmatamento da Amazônia, em 1988, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) vai "tirar a máscara" da floresta e ver o que está acontecendo nos 700 mil quilômetros quadrados já desmatados da região. Um estudo preliminar, baseado numa amostra de 26 imagens de satélite, indica que 19,4% dessa área total desmatada possui florestas secundárias em processo de regeneração. A expectativa de vida dessas novas florestas, porém, é curta - cerca de cinco anos, até serem derrubadas novamente.
Os números carregam uma série de implicações para as políticas nacionais de combate ao aquecimento global e de conservação da biodiversidade na Amazônia. As florestas secundárias absorvem parte do dióxido de carbono (CO2) que foi emitido pela derrubada e queima das florestas originais, reduzindo o impacto do desmatamento sobre as mudanças climáticas. Quando a vegetação é queimada novamente, porém, o CO2 retorna para a atmosfera.
"A floresta secundária reabsorve carbono, mas isso não significa que o carbono esteja imobilizado para sempre", disse ao Estado o engenheiro agrônomo Cláudio Almeida, chefe do recém-criado Centro Regional da Amazônia (CRA) do Inpe, em Belém (PA). "Na maioria dos casos, a vegetação é derrubada e o carbono é reemitido em um tempo relativamente curto", completa Almeida, que fez o estudo para sua tese de mestrado, concluída em 2008. A pesquisa foi feita com dados de 2006, quando a área total desmatada na Amazônia era de 680 mil km2 (hoje já ultrapassou 700 mil km2). Naquele ano, os 19,4% de florestas secundárias cobriam 132 mil km2, uma área maior do que metade do Estado de São Paulo.
A pesquisa, feita por amostragem, agora deverá ser ampliada para toda a Amazônia, com um detalhamento muito maior. Além de calcular a área exata de florestas secundárias, o estudo fará um mapeamento completo do uso e cobertura do solo nas áreas desmatadas da Amazônia, dividindo-as em quatro categorias: agricultura, pecuária, floresta secundária e outros usos. A previsão é que os resultados fiquem prontos em um ano. Será o primeiro projeto do CRA, feito em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
MÁSCARA
As estatísticas anuais de monitoramento do Inpe consideram apenas as áreas de novos desmatamentos ocorridos sobre áreas de floresta primária. Por isso, as áreas desmatadas em anos anteriores são cobertas nas imagens de satélite por uma "máscara" digital, que impede que elas sejam recontadas. Esta será a primeira vez que o Inpe olhará em detalhes o que está acontecendo "por baixo da máscara". Além de fazer um retrato da situação atual, o projeto fará comparações com imagens de satélite de anos anteriores para tentar construir um histórico de como cada área foi ocupada ao longo do tempo.
Estudos de longo prazo no Pará mostram que as florestas secundárias (também chamadas capoeiras) são muitas vezes usadas para recuperar a produtividade agrícola dos solos, em ciclos de oito a dez anos. Se forem deixadas em repouso por mais tempo, após 20 anos, chegam a acumular 35% da biomassa das florestas primárias, segundo a pesquisadora Ima Vieira, diretora do Museu Paraense Emílio Goeldi. A biodiversidade da floresta é profundamente alterada, e dificilmente (talvez nunca) retorna ao seu estado original, segundo especialistas.
Os números carregam uma série de implicações para as políticas nacionais de combate ao aquecimento global e de conservação da biodiversidade na Amazônia. As florestas secundárias absorvem parte do dióxido de carbono (CO2) que foi emitido pela derrubada e queima das florestas originais, reduzindo o impacto do desmatamento sobre as mudanças climáticas. Quando a vegetação é queimada novamente, porém, o CO2 retorna para a atmosfera.
"A floresta secundária reabsorve carbono, mas isso não significa que o carbono esteja imobilizado para sempre", disse ao Estado o engenheiro agrônomo Cláudio Almeida, chefe do recém-criado Centro Regional da Amazônia (CRA) do Inpe, em Belém (PA). "Na maioria dos casos, a vegetação é derrubada e o carbono é reemitido em um tempo relativamente curto", completa Almeida, que fez o estudo para sua tese de mestrado, concluída em 2008. A pesquisa foi feita com dados de 2006, quando a área total desmatada na Amazônia era de 680 mil km2 (hoje já ultrapassou 700 mil km2). Naquele ano, os 19,4% de florestas secundárias cobriam 132 mil km2, uma área maior do que metade do Estado de São Paulo.
A pesquisa, feita por amostragem, agora deverá ser ampliada para toda a Amazônia, com um detalhamento muito maior. Além de calcular a área exata de florestas secundárias, o estudo fará um mapeamento completo do uso e cobertura do solo nas áreas desmatadas da Amazônia, dividindo-as em quatro categorias: agricultura, pecuária, floresta secundária e outros usos. A previsão é que os resultados fiquem prontos em um ano. Será o primeiro projeto do CRA, feito em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
MÁSCARA
As estatísticas anuais de monitoramento do Inpe consideram apenas as áreas de novos desmatamentos ocorridos sobre áreas de floresta primária. Por isso, as áreas desmatadas em anos anteriores são cobertas nas imagens de satélite por uma "máscara" digital, que impede que elas sejam recontadas. Esta será a primeira vez que o Inpe olhará em detalhes o que está acontecendo "por baixo da máscara". Além de fazer um retrato da situação atual, o projeto fará comparações com imagens de satélite de anos anteriores para tentar construir um histórico de como cada área foi ocupada ao longo do tempo.
Estudos de longo prazo no Pará mostram que as florestas secundárias (também chamadas capoeiras) são muitas vezes usadas para recuperar a produtividade agrícola dos solos, em ciclos de oito a dez anos. Se forem deixadas em repouso por mais tempo, após 20 anos, chegam a acumular 35% da biomassa das florestas primárias, segundo a pesquisadora Ima Vieira, diretora do Museu Paraense Emílio Goeldi. A biodiversidade da floresta é profundamente alterada, e dificilmente (talvez nunca) retorna ao seu estado original, segundo especialistas.
Fonte: Estadão
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