Só seis por cento da superfície florestal arborizada espanhola conta com certificado que acredita-se sejam gestionadas de uma forma sustentável, frente a 53 por cento que alcança a média européia.

Na Espanha 1.100 silvicultores tem obtido o certificado do programa de certificação florestal (PEFC, em suas siglas em inglês), que afeta a uma superfície total de 1.084.828 hectares, porém ainda não compreende terrenos de todas as comunidades autônomas.

"A crise econômica pode ser uma oportunidade para a sensibilização da população, para que um dia depois possa dar resposta a uma forma alternativa de trabalhar, de produzir, de entender a floresta e gestioná-la", segundo a secretaria geral de PEFC Espanha, Ana Belén Noriega.

Uma floresta sustentável é "uma floresta capaz de manter-se e melhorar todas suas funções produtivas, protetoras e sua biodiversidade, é uma floresta perdurável no tempo em condiciones ótimas", disse Noriega.

Navarra, La Rioja, Castilla e León e País Vasco são as comunidades autônomas com mais superfícies arborizadas certificadas, mesmo que comunidades como Aragón, Canarias, Extremadura o Madrid não contenham ainda com sistemas de certificação regional que facilitem a gestão sustentável da floresta.

A certificação regional permite que os proprietários públicos ou privados certifiquem de forma conjunta os territórios de uma zona e respondam de forma solidária para manter essa creditação.

PEFC Espanha tem em conta o aspecto ambiental, econômico e social da gestão florestal, desde a conservação e o respectivo ecossistema até a fabricação, distribuição e comercialização dos produtos finais, passando pelo respeito a outras convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que regulam os direitos dos trabalhadores.

O trabalho desta entidade internacional sem fins lucrativos cobra importância quando o consumidor final exige comprar produtos certificados, quer dizer, portas, armários, marco de espelhos ou o papel que se consumem contam com o logo de PEFC.

Na Espanha existem 343 empresas certificadas PEFC, entre serrarias (41%), comerciantes (22,7%), indústrias de primeira e segunda transformação, elaboradores de celulose e papel, imprensa, atacadistas ou empresas de exploração florestal.

Outras grandes empresas ou instituições como Leroy Merlin, Inditex ou o Museo del Prado e algumas administrações públicas espanholas exigem já de seus fornecedores, como parte de uma política de "compra verde", produtos com certificação, o que impulsiona a cadeia de custódia desde a sua origem.

A certificação não se ocupa somente da gestão da madeira, também a conservação de todos os terrenos que estão fora da superfície urbana e agrícola, assim como a recolocação dos recursos que ali podem encontrar-se.

A gestão florestal sustentável permite que "o recurso está disponível hoje e dentro de 50 anos", assegura Noriega, "e o que se tenta evitar é que o produto não madeireiro esteja desprotegido".

Fonte: EFE/Remade