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A importância da preservação das florestas nas discussões sobre as mudanças climáticas deve ganhar novos contornos este ano, o que a assessora de cooperação internacional do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Thelma Krug, chama de "revolução florestal". Ela participou, com 110 pesquisadores de 30 países, de reunião na sede do Inpe, em São José dos Campos (SP) de discussões técnicas para a elaboração de um sistema global para controle do desmatamento. O Brasil tem o sistema de monitoramento mais avançado e confiável do mundo e pode servir de modelo para nações que também abrigam grandes áreas florestas, como países africanos, Malásia, Indonésia e Índia.
Segundo a especialista, definir formas confiáveis e padronizadas de mensurar a cobertura florestal, como já ocorre no Brasil, deve reforçar o debate sobre formas compensatórias para manter as florestas como estoque de carbono. Hoje, cada país usa um método. "Sem um sistema integrado é difícil comparar dados e estabelecer políticas globais sobre o assunto", afirma.
Um sistema unificado possibilita incluir em protocolos contra o aquecimento global incentivos para países que têm no desmatamento e nas queimadas a principal fonte de emissão de gases causadores do efeito estufa. Krug informou que o sistema de monitoramento do Inpe já é usado em países que integram a Bacia Amazônica e está em teste em alguns países da África.
Uma das questões fundamentais, segundo a pesquisadora, é que vai pagar a conta, tanto da adoção por países pobres e emergentes de tecnologias de medição de desmatamento quanto da compensação para manter a floresta em pé. Os recursos têm de ser destinados de forma voluntária, entende Krug. "Não vai ser regulado como mecanismo de mercado", observa. Há consenso entre os especialistas de que não faz sentido permitir a emissão de gases estufa por um país ou unidade produtiva em troca manutenção de florestas.
A assessora do Inpe diz que os pesquisadores que fazem a mensuração do desmatamento lutam para adotar mecanismos padronizados ainda a tempo de serem apresentados nas discussões que sobre as mudanças climáticas que vão definir as normas sobre emissões de gases-estufa a partir de 2012, quando termina o Protocolo de Kyoto.
No Brasil, como nos demais países emergentes que ainda detêm grandes coberturas florestais, as emissões de gases-estufa advêm principalmente do desmatamento, das queimadas e outras formas de uso da terra. Estima-se que 75% das emissões de dióxido de carbono (CO2) no Brasil sejam provenientes dessas atividades.
Fonte: 24 Horas News
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