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Notícias

27
jan
2009
(ECONOMIA)
Pólo de Ubá reforça estratégias de crescimento interno e externo em 2009

Em um período de avaliação de resultados e adequação de estratégias comerciais as indústrias do pólo moveleiro de Ubá, em Minas Gerais, querem diversificar o mercado já conquistado, além de fortalecer a união que marcou o crescimento do setor na região até hoje. “Difícil falar o que esperar em termos de consumo, o que podemos esperar é que empresas sólidas e com fôlego para adaptar e inovar vão se sair melhor que outras menos preparadas, pois tivemos muitos anos que nivelaram as empresas, agora tudo vai fazer a diferença”, prevê o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Mobiliário de Ubá (Intersind), Michel Henrique Pires. O número de empregos gerados diretamente pelas indústrias do pólo moveleiro de Ubá é de aproximadamente 10 mil diretos e 21 mil indiretos em cerca de 400 empresas.

O Intersind tem hoje 105 associados, nos quais se incluem empresas de diversos portes. O pólo não fabrica apenas móveis de madeiras e foi em conseqüência desta diversificação que alterou seu nome recentemente para Sindicato Intermunicipal das indústrias do mobiliário de Ubá (Intersind), a fim expandir sua representação. “Precisamos melhorar o relacionamento entre as indústrias. Fornecedores estão se unindo, clientes mais ainda, mas nós, fabricantes, estamos cada dia mais separados e trabalhando sozinhos”, explica Pires. Apesar da crise, o executivo não projeta retrocesso e estimula o avanço comercial da região.

O presidente do Intersind reforça que Ubá passou por avanços, tanto na aquisição de tecnologias, como em logística e capacitação. Segundo ele, tudo isso vai fazer diferença agora em 2009, gerando menos dificuldades. Para o executivo, cautela e inteligência comercial serão diferenciais num mercado tão competitivo como o moveleiro.

Em 2009, Pires destaca que algumas previsões estão alinhadas com a crise mundial que afeta diversos setores, mas não se esquece de trazer otimismo ao empresariado local. “Não existe um setor que não foi afetado, todos foram. E vamos sentir mais isto nos três primeiros meses do ano de 2009. O negativo será a redução de dinheiro em circulação, o aumento de juros e a inadimplência, no ponto positivo teremos uma visão de que precisamos produzir mais com menor custo, sermos mais competitivos”.

No pólo moveleiro de Ubá existem 17 empresas participando do programa de exportação. Para intensificar ainda mais a atividade, o sindicato promove todos os anos as edições do "Projeto Comprador", que traz ao pólo lojistas internacionais com o objetivo de criar novos contatos e possivelmente novas exportações. Entre os dias 2 a 6 de fevereiro, realiza a primeira edição do Projeto na região. As rodadas de negócios, como são chamados os encontros entre empresas e importadores, viabiliza negócios e a participação das empresas em feiras internacionais e nacionais. Desta vez, passarão pelo pólos lojistas do Uruguai e Ilhas do Caribe.

O projeto visa a aumentar as exportações e proporcionar o crescimento da economia nacional, apoiado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex) e Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel). No ano de 2008, o pólo de Ubá realizou três edições do projeto, sendo uma durante a Feira de Móveis de Minas Gerais (Femur), uma em setembro e a última em outubro.

Mercado Externo

Com relação ao mercado externo, o executivo do Intersind reforça que 2008 foi um bom ano. Mas poderia ter sido melhor. “O dólar foi o principal fator que nos afetou, tanto na parte de exportação, quanto na compra de matérias primas que tem seu custo atrelado ao dólar. Isto contribuiu para que no inicio do ano, tivéssemos preços muito baixos e atrapalhando a exportação. Assim, diminuímos o ritmo de investimentos no exterior e já do meio do ano para frente tivemos a elevação do dólar, contribuindo para o aumento dos preços das matérias primas”, enumera Pires.

As exportações da região seguiam uma forte tendência de crescimento, pelo menos até agosto, quando de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), houve alta de 14,58% nas vendas externas de móveis entre janeiro e agosto deste ano, frente ao mesmo período de 2007. Para a gerente do Intersind e coordenadora do grupo Brazilian Furniture, Heliane Hilário, o crescimento ainda é pequeno em relação ao volume de móveis que é exportado pelo País, mas com os investimentos que têm sido feitos e o apoio que tem sido dado às empresas, o pólo tem conseguido se fixar no mercado externo. Estes dados preliminares indicam que as empresas da região estão efetivamente abrindo caminho para a exportação e poderiam ser melhores se a moeda americana não estivesse desvalorizada na época.

Em 2007, o crescimento das exportações, comparando-se com 2006, foi de 17,3%, sendo exportados mais de US$ 7,6 milhões, criando um saldo positivo de US$ 1,1 milhão em comparação ao ano anterior, de acordo com dados da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais. A exportação de móveis, em 2006, respondeu por 43% de todos os produtos exportados pela região do pólo de Ubá e por 31% das exportações de móveis de Minas Gerais, totalizando mais de US$ 6,3 milhões. Segundo o presidente do Intersind, Michel Pires, este crescimento nas exportações é reflexo de trabalho e qualidade por parte das empresas.

Apesar dos indícios de crise, o executivo, que também é empresário, dá o exemplo e mantém o ritmo de investimentos. “A Modecor (empresa) está investindo sempre: em funcionários, maquinários, marketing, parte social e ambiental. Teremos um ano difícil, sem dúvida, mas tentaremos mais a aproximação com outras empresas concorrentes, para que possamos trabalhar mais perto, às vezes comprando ou transportando juntos”. Michel destaca que fará mais contatos com clientes, focando os investimentos em resultados, mas sem esquecer a parte social e principalmente a ambiental, mantendo a referência na região de empresa ecologicamente correta.

Fonte: Henrique Puccini/Portal Moveleiro

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