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Notícias

23
dez
2008
(MADEIRA E PRODUTOS)
Origem desconhecida

Nenhuma empresa da região de Ribeirão Preto fez o cadastro até agora para receber o selo Madeira Legal lançado no início do mês pelo Estado. Além de servir como marketing ecológico para empresários por assegurar a origem do madeiramento, o certificado será obrigatório para aqueles que quiserem concorrer a licitações de obras públicas.

“O objetivo é barrar em São Paulo o consumo de madeira vinda da Amazônia com origem ilegal. Temos 3 mil pátios de madeira no Estado, sendo que 30% desse material é vendido para obras públicas", disse Ricardo Viegas, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. O cadastro é feito pelo site da secretaria e, antes de receber o selo, as empresas passam por uma vistoria.

O certificado mais comum hoje é o documento de origem florestal (DOF), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A região não teve nenhuma apreensão este ano de madeira pelo Ibama, mas quando isso acontece, o próprio contraventor fica como fiel da carga até que saia a decisão da Justiça.

Em Ribeirão, a Gazeta ouviu 32 madeireiras e constatou que apenas 31,2% dos comerciantes sabe dizer o tipo de certificação com que trabalham. A pesquisa informal também indicou que o material não-reflorestado representa 50% da oferta em madeira na cidade.
Para Celso Batista Freiria, diretor da Cerne Madeiras, que trabalha com madeira reflorestada, toda medida para reforçar o DOF é válida, principalmente porque a mentalidade das pessoas está mudando. “As pessoas descobriram que podem usar o eucalipto, 60% mais barato, para tudo, mas os fornecedores não teriam o suficiente para atender todos os que quisessem largar a nativa”, disse Freiria.

Roberto Cristófani, proprietário da Cristófani Madeiras, trabalha com madeiras de vários tipos e disse que o empresário hoje precisa acreditar só nas notas. "Sai do Pará e chega para nós com o nome. Se é verdadeiro ou falso, não sei, porque só conhecemos o que vem na nota fiscal, que depois é comunicada ao Ibama”, disse.

Lei regularizará uso de madeira

A vereadora Silvana Resende (PSDB) irá pedir urgência na próxima sessão para o projeto de lei que regulariza o uso de madeira em obras municipais, parado desde 2005 na comissão de justiça, de forma que a proposta possa ser votada na reunião seguinte. Por falta de uma lei local para controle da origem desse material, a cidade tirou zero este ano no quesito habitação sustentável, do programa estadual Município Verde, que garante preferência em recursos do Estado. “Ter a nota de origem da madeira evita desmatamentos ilegais, mas apesar do projeto, não pudemos contar com a lei para o plano do Município Verde”, disse o secretário municipal de Meio Ambiente, Genésio Abadio Silva. Pelo projeto, a Prefeitura se responsabilizaria por somente contratar “obras e serviços de engenharia que envolvam o uso de produtos ou subprodutos de madeira com documentação comprobatória de origem legal do recurso natural.” (DC)

Lojas que vendem madeira fruto de construções antigas fazem sucesso em Ribeirão Preto

Móveis de madeira de lei sem derrubada de árvores. Essa é a proposta da chamada decoração ecológica, que aproveita matéria-prima de demolição, em especial de peroba rosa, a madeira mais vendida no setor de construção, para produzir mesas, cadeiras, gabinetes e outras peças rústicas de mobiliário. Na Atelier na Rua, boutique de artesanatos do Centro que inaugurou ontem a segunda loja em Ribeirão Preto, a madeira ecologicamente correta costuma vir de estados como Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. “São lugares onde há mais casas de madeira, principalmente Minas, que tem várias fazendas antigas”, disse Suely Machado Rocha Ferrari, proprietária da Atelier. Suely trabalha há cinco anos com as peças de demolição e disse que a procura é grande, por conta da versatilidade desses móveis. “Um material que viraria entulho pode ser útil”.

Fonte: Gazeta de Ribeirão

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