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O setor de produtos florestais, responsável por exportações anuais de US$ 9,5 bilhões, também está sentindo a crise financeira. O resultado, por aqui, é uma parada para reavaliações de plantios de florestas e de novas fábricas no setor. Lá fora, principalmente nos países nórdicos, a situação pode ser ainda mais grave. A competitividade do setor é bem menor do que no Brasil, que tem custos de produção até 50% menores do que os dos países do hemisfério Norte.
Apesar dessa volatilidade financeira mundial, algumas empresas afirmam que não colocaram o pé no freio e mantêm investimentos, principalmente porque a maturação de um projeto desses é de pelo menos três anos. Até lá, o mundo já saiu dessa crise, avaliam. Quem tiver coragem e apostar que o mercado se recupera poderá ter pela frente "uma janela de oportunidades", segundo Carlos Alberto Farinha e Silva, vice-presidente da Pöyry Tecnologia. Entre os efeitos da crise está a aceleração de fusões de empresas, tanto por aqui como lá fora. Internamente, algumas empresas já anunciaram o adiamento de investimentos.
Umas por falta de crédito e outras por operações "infelizes", como a da Aracruz, que está contabilizando perdas de US$ 2,1 bilhões em derivativos cambiais, dizem analistas. Esses analistas são unânimes em dizer, no entanto, que, passada a fase crítica - de um a dois anos-, a vida dessas empresas voltará à normalidade.
Mas essa crise financeira não traz apenas problemas. As indústrias brasileiras do setor têm custos em reais e receitas em dólares. Com isso, a taxa de retorno, que era de 10% com o dólar a R$ 1,60, deve subir para 16% com a projeção de R$ 2,10 para a moeda norte-americana em dezembro de 2009. Outro fator positivo dessa crise é a queda nos custos das máquinas, o que está fazendo com que as empresas chamem os fornecedores para renegociações. Isso pode ser um fator de queda nos custos, segundo o consultor Celso Foelkel.
"A crise interfere, machuca, mas não aniquila as esperanças", disse ele na semana passada no congresso "Madeira 2008", realizado em Porto Alegre (RS). Os números do setor são representativos. Com produção atual de 12,9 milhões de toneladas de celulose, o país deverá atingir 18 milhões em 2018, se os investimentos programados de US$ 15 bilhões forem efetivados. Atualmente o quarto maior produtor mundial - no ano passado era o sexto-, o Brasil deverá atingir a segunda posição naquele ano.
Fonte: Folha de São Paulo/Celulose Online
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