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Notícias

13
dez
2008
(DESMATAMENTO)
País precisa de US$ 4 bi contra desmate, diz Minc na Polônia

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou em Poznan, na Polônia, que o Brasil precisa de US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões por ano para financiar a luta contra o desmatamento e a redução das emissões de gases de efeito estufa. Segundo ele, a estimativa do Ministério é de que o Fundo da Amazônia capte US$ 1 bilhão por ano. A diferença viria, segundo ele, de fundos internacionais e do mercado de carbono. Minc também criticou a proposta - ainda extra-oficial - do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, de trazer até 2020 suas emissões de CO2 ao mesmo patamar de 1990 - prevendo 0% de redução. "É muito fraco. O importante é que os Estados Unidos se mexeu. Mas a coisa não muito interessante é que mexeu muito pouco. Isso é menos do que Kyoto”.

Minc informou o valor necessário contra o desmatamento em entrevista a jornalistas brasileiros pouco antes da primeira reunião de alto nível da 14ª Conferência do Clima das Nações Unidas, que termina na sexta-feira, 12. Segundo ele, apenas em Copenhague, em 2009, os delegados internacionais estipularão o montante global que deverá ser destinado à luta contra o aquecimento. Mas o Brasil tem, desde já, sua estimativa. "No caso brasileiro, nós precisaríamos de 3 a 4 bilhões de dólares ao ano. Nós pretendemos, apenas com o Fundo Amazônia, captar pelo menos 1 bilhão de dólares ano", explicou o ministro.

Até aqui, o Fundo da Amazônia - dependente de doações da comunidade internacional - tem apenas um doador, o governo da Noruega, que prometeu investir US$ 1 bilhão até 2015. "Para este ano nós teremos 150 milhões de dólares", assegurou, garantindo que as atividades devem começar em fevereiro. Conforme Minc, a Alemanha, a Suíça e a Dinamarca estão interessados em doar recursos. "A Alemanha provavelmente será o segundo doador", afirmou o ministro.

Luta contra o aquecimento - Em Poznan, os delegados brasileiros defendem um modelo híbrido de financiamento da luta contra o aquecimento global. A idéia é de que haja um ou vários fundos mundiais que receberiam doações voluntárias de nações desenvolvidas. A este modelo se somaria o mercado de carbono. O Brasil, porém, não aceita que os países mais poluidores livrem-se de reduzir suas emissões por meio da compra créditos.

Sobre a participação do país em Poznan, Minc acredita que o anúncio do Plano Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC) elevou o Brasil à posição de protagonista. "O Brasil não tinha plano, agora tem; não tinha metas, agora tem. Nossa expectativa é de que consigamos influenciar outros países em desenvolvimento. Também nos dá mais moral para cobrar dos países desenvolvidos metas e recursos”.

Com base no suposto "novo status", o país pretende propor a criação da Aliança Tecnológica de Inovações Anti-Aquecimento (Atia). O projeto sistematizaria a transferência de tecnologias de combate ao aquecimento global de países ricos para emergentes. O mecanismo compensaria, com recursos internacionais, o detentor da patente de inventos considerados relevante na luta contra as mudanças climáticas.

"Talvez esta aliança tenha mais força do que a idéia da transferência de tecnologia, que não colou", avaliou Minc. "É uma proposta que trazemos, em comum acordo com países como a Noruega e a Alemanha, que estão bem antenados”.

Fonte: Estadão Online

ITTO Sindimadeira_rs