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Notícias

08
dez
2008
(CARBONO)
Reserva legal pode se tornar um negócio lucrativo

A obrigatoriedade de as propriedades rurais manterem 20% das terras como reserva legal e que tanta polêmica vem causando, poderá significar a salvação da lavoura. Ao invés de prejuízo aos produtores rurais, elas têm tudo para se tornar uma excelente fonte de lucro. Um projeto piloto que está sendo implantado em Campinas, na Fazenda Laguna, instalada no bairro Descampado e especializada em pecuária de corte, pretende mostrar que a manutenção de 20% de área de mata nativa será um “negócio da China” na disputa de um mercado mundial que, segundo especialistas, deve movimentar US$ 10 bilhões ao ano. A proposta é plantar árvores e colher créditos de carbono.

O projeto foi concebido pelo engenheiro florestal Rodolpho Bochicchio Schmidt, neto de Wolfgang Carl Schmidt, o reconhecido plantador de florestas da Fazenda Santa Mônica, em Joaquim Egídio, e que foi premiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o Global 500 Roll of Honour of The United Environment Programme durante a Eco 92. Ele envolve uma cadeia que inclui arrendamento da terra, plantio, manutenção, venda de crédito de carbono e produção de madeira.

A proposta surgiu quando o proprietário da Laguna, Estanislau Martins, fez um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público (MP) se comprometendo a fazer a adequação ambiental da fazenda, com a recuperação de reserva legal e da Área de Proteção Permanente (APP), o que implicará no plantio de 88 mil mudas. A conta dessa adequação, com arrendamento, mudas, plantio e manutenção durante três anos será de R$ 1 milhão, caro demais para um produtor rural suportar.

A Companhia Brasileira de Florestas Tropicais (CBFT), comandada por Schmidt, decidiu, então, em parceria com Martins e algumas instituições de pesquisa, implantar um projeto piloto. A área foi arrendada pela empresa, na base de R$ 500,00 por hectare ao ano, e as mudas já estão sendo plantadas. Paralelamente a isso, foi calculado quanto de carbono a área de mata irá neutralizar — algo em torno de 14 mil toneladas — e essa neutralização está sendo transformada em moeda, na forma de um selo. “Quem quiser neutralizar carbono compra um selo”, explicou.

Fonte: Agência Anhanguera de Notícias

ITTO Sindimadeira_rs