Notícias
A Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) já traçou um cenário para 2009: "Prevemos um primeiro semestre bastante difícil, visto que haverá reajuste dos preços dos insumos. Já para a segunda metade do ano, visualizamos uma recuperação", explica José Luiz Diaz Fernandez, presidente da entidade. Essa provável melhora no segundo semestre de 2009, segundo Fernandez, é atribuída à assimilação das variações dos custos pelas empresas do setor.
Mas o otimismo de Fernandez - se é que se pode chamar esse cenário de otimista - não encontra eco em toda a indústria do setor. No Rio Grande do Sul, os industriais, que esperavam por uma reprise do bom momento das vendas de bens duráveis visto no ano passado, foram pegos de surpresa pela conjuntura atual. Para este último trimestre de 2008, a expectativa é de que haja uma queda de 25% nas vendas em relação ao mesmo período de 2007. Para o próximo ano, Henrique Bertolini, presidente do Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis), sugere que as empresas façam uma reflexão cuidadosa sobre o volume de seus gastos. "Precisaremos de muita cautela em relação aos orçamentos e planejamentos", afirma ele, lembrando que já são esperados pedidos de descontos por parte de compradores externos.
Enquanto isso, como destacou Fernandez, da Abimóvel, a tendência é de que os valores dos insumos aumentem, o que conseqüentemente reduzirá as margens de lucro de quem exporta. Ao contrário da previsão da Abimóvel, o panorama traçado pelo Sindmóveis para 2009 não é nada promissor - ainda que não seja de recessão. Segundo a entidade, o crescimento deverá ser nulo. "O importante é não perdermos a posição que temos hoje. Se a mantivermos, será ótimo", analisa Bertolini.
Para Fernandez, da Abimóvel, o controle dos gastos será o maior desafio das indústrias moveleiras, mas ele lembra que, para enfrentar as dificuldades, será importante investir em profissionalização de gestão das empresas e também em qualificação profissional. Para amenizar os efeitos da crise, o governo brasileiro já prometeu ajudar o setor com um aumento nas linhas de crédito disponíveis. Bertolini é cético quanto à eficácia deste tipo de medida. O presidente do Sindmóveis acredita que a situação só poderá ser revertida com o aumento dos gastos públicos.
Fonte: Revista Amanhã
Notícias em destaque





