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Notícias

14
nov
2008
(COMÉRCIO EXTERIOR)
Setor madeireiro do Paraná dribla crise com outros mercados

A exportação de madeira compensada e outros derivados para os Estados Unidos sofreram uma queda substancial. O motivo é a crise imobiliária americana, devido à retração no mercado de construção civil. Entidades empresariais do setor calculam que dos 30 mil metros cúbicos entregues mensalmente para aquele país, 22% deixaram de ser exportados nos últimos dois meses. Entretanto, as empresas do Paraná que optaram por outros mercados no exterior estão faturando com a valorização do câmbio, para cada US$ 1 exportado os empresários brasileiros estão faturando US$ 2,15.

''A queda poderá ser ainda maior, da ordem de 40% para os EUA'', declara Jorge Camilotti, presidente do Sindicato da Indústria de Madeira do Estado do Paraná. A previsão do líder empresarial se baseia na falta de crédito dos bancos para aquecer a produção da indústria brasileira. Segundo ele, além dos bancos brasileiros não emprestarem, o setor da construção civil americano também não vem conseguindo crédito naquele país. ''Falta capital de giro para ambos os lados'', sintetiza.

O imbróglio aumenta, segundo o dirigente patronal, porque o governo brasileiro só disponibiliza o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDS) para linhas de crédito. ''O BNDS só serve para empresas grandes, não é o caso da indústria madeireira paranaense'', argumenta. Além da falta de crédito, a indústria madeireira no Paraná vem sofrendo restrições ambientais no Norte do estado, principalmente de árvores da espécie jequitibá e cedro. O compensado utiliza como 'recheio' a madeira das espécies pinus e eucalipto, sendo sua parte externa coberta pelas espécies do Norte do Estado.

Diante desta situação, Jorge explica que o setor já amarga uma queda de 50% na produção de madeira beneficiada. Diante disso, as demissões, férias coletivas e até fechamento de fábricas paranaenses já começaram em todo estado. ''Quem optou por outros mercados, escapou'', pondera Antonio Rubens Camilotti, presidente da Associação Brasileira de Madeiras Mecanicamente Processadas (Abimci). Rubens, que é irmão de Jorge, representa o setor madeireiro nacional. Segundo ele, a queda nas exportações para os EUA já vinham caindo desde o primeiro semestre de 2007, em torno de 60% de queda.

Rubens argumenta que a queda americana fez com que o setor realocasse as exportações para a Europa, Oriente Médio, África e parte do continente asiático. Mesmo com esta readequação, a indústria paranaense contabilizou uma perda de 15% ainda no ano passado. Em contrapartida, se o volume de 130 mil metros cúbicos mensais exportados pelo País para o mundo caiu, o câmbio tratou de valorizar o produto em até 34%. Para cada dólar exportado, o Brasil faturou US$ 2,15. Do total de produtos à base de madeira exportados em 2007, o Brasil faturou US$ 3,7 bilhões.

Fonte: Folha de Londrina

ITTO Sindimadeira_rs