O Nordeste brasileiro está enfrentando, mais uma vez, a temporada das queimadas. Veja na reportagem de Fabiano Moreira e Alessandro Torres.

Época de preparação do plantio. Período de seca em que as queimadas mudam a paisagem do sertão. Seu Damião usa o fogo para limpar a terra. “Quando for plantar, está no ponto", ele ensina.

É um costume entre os agricultores. "Todos os anos, queimam a terra", afirma outro agricultor.

Mas, além de agredir o meio ambiente, o fogo acaba prejudicando a terra ao destruir a matéria orgânica, diminuir a capacidade de armazenamento d’água e causar mais erosão no solo.

“Você termina esterilizado o solo para fins de agricultura”, afirma Victor Hugo, especialista em solo da Embrapa.
Na beira da estrada, o fogo representa um duplo perigo para os motoristas. Além da visibilidade prejudicada pela fumaça, o calor espanta os animais da mata e na pista eles também podem causar acidentes.

“Eles procuram passar pela contramão, pelo acostamento do outro lado para tentar diminuir a fumaça, melhorar a visibilidade e acabam acontecendo acidentes, às vezes muito graves”, contou Darlan Antares, da Polícia Rodoviária Federal.

No Maranhão, os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectaram 23 mil focos de incêndio em outubro. Muitos começam nas propriedades rurais e atingem pastagens e florestas. "A situação, só Deus resolve", diz um homem.

Nesta quarta-feira, a Secretaria Nacional de Defesa Civil enviou uma força-tarefa para o Parque Nacional da Chapada Diamantina, na Bahia, o maior do Brasil.

O fogo, que começou em agosto, está fora de controle e já atinge áreas em 31 municípios. Segundo a direção do parque, metade da mata nativa já foi destruída.

Fonte: Jornal Nacional