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Notícias

22
nov
2005
(GERAL)
LPF/IBAMA lança lenha ecológica de lixo madeireiro
Empenhado em pesquisar formas de valorizar e dar uma destinação ambientalmente adequada aos resíduos vegetais – especialmente os madeireiros – o Ibama, por intermédio do Laboratório de Produtos Florestais (LPF) lançou, a lenha ecológica de briquete produzido com restos de madeira descartados pelas indústrias e com pó de serragem. Anualmente, o país produz 30 milhões de resíduos vegetais, a maior parte abandonada a céu aberto, sem qualquer utilização.

A viabilidade ambiental e econômica da lenha ecológica – mais uma opção de uso dos briquetes – será testada pelo pesquisador Waldir Quirino – especialista em energia proveniente da biomassa.

Compacto e extremamente denso, o briquete vegetal produz três vezes mais energia que a lenha, podendo substituir com vantagem quaisquer processos de queima de madeira, informou Quirino. Ele disse que um metro cúbico de briquete equivale a três ou a quatro metros cúbicos de lenha ou a dois metros cúbicos de carvão. É ideal para churrasqueiras, fogões e fornos industriais de padarias, olarias, laticínio, caldeiras, e até mesmo para uso doméstico.

ENERGIA LIMPA x EXPORTAÇÃO - o pesquisador do LPF/Ibama garantiu que trinta quilos de briquetes seriam suficientes para iluminar com energia limpa, proveniente da biomassa, uma residência que consome 100 Kwh/mês de luz elétrica de fonte hidráulica. Isto significa que utilizando apenas 70% de lixo vegetal é possível produzir energia elétrica de baixo impacto ambiental – a mais barata fonte alternativa e a única armazenável – para iluminar os cerca de 40 milhões de domicílios brasileiros com 100 Kwh/mês.

Os benefícios ambientais do briquete despertaram o interesse da Comunidade Econômica Européia (CE) à procura de alternativas de energia limpa para substituir fontes fósseis e nucleares. A CE quer importar grandes volumes de briquetes – a partir de 200 mil toneladas/ano, a começar pela França e pela Espanha. Com este propósito esteve no Brasil o representante do CIRAD – Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento – órgão francês equivalente à Embrapa. Alfredo Napoli veio reforçar a participação do Ibama no intercâmbio científico-tecnológico de cooperação bilateral na área de energia proveniente da madeira.

PhD em Valorização Energética de Resíduos e interlocutor oficial do governo brasileiro com o CIRAD, Waldir Quirino viaja para a França no começo de maio para discutir as possibilidades técnicas e econômicas de exportação do briquete. O projeto está sendo elaborado pelo Ibama em parceria com o órgão francês e grandes grupos privados brasileiros para apresentação ao ministério do Meio Ambiente.

CHURRASCO ECOLÓGICO - Setenta por cento da energia somem em forma de gases durante a produção de carvão, cujo aproveitamento poderá ser total usando a lenha ecológica nesse processo. Quirino explicou, ainda, que uma adaptação simples das grandes churrasqueiras para substituir lenha e/ou carvão por briquete proporcionará um churrasco sem contaminação de fumaça. Além de eliminar os resíduos do meio ambiente; agregar valor aos produtos florestais; gerar energia limpa; facilitar o transporte; e, criar postos de emprego e renda, a briquetagem é fundamental para viabilizar a certificação florestal e a exportação dos produtos madeireiros. Para o empresariado do setor, outra grande vantagem do briquete é dar destinação correta aos resíduos – uma das condições impostas pelos financiadores externos às empresas de reflorestamento.

O pesquisador do Ibama está desenvolvendo projeto para adaptação de fornos, fogões e churrasqueiras interessados em trocar o uso da lenha e do carvão por briquete.

Fonte: Ibama

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Jooble Neuvoo