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A falta de crédito para exportação, a oscilação do dólar e a insegurança nos mercados internam e externam colocaram em alerta um dos setores da economia brasileira que representa 3,4% do Produto Interno Bruto nacional e gera mais de 8,6 milhões de empregos: o de base florestal. “Ninguém se atreve a fechar negócio. O exportador não consegue estabelecer preços com uma oscilação tão forte como essa”, diz Juliano Vieira de Araújo, vice-presidente do Comitê de Compensado de Pinus da Associação Brasileira da Indústria da Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), que reúne a indústria da madeira sólida. Segundo ele, apesar do dólar favorável, o comprador lá fora está exigindo descontos no preço para compensar o câmbio. “Está todo mundo aguardando com medo de fazer um mau negócio”, diz.
Um dos segmentos desse setor, a indústria de produtos de madeira processada mecanicamente, enfrenta dificuldades desde 2005, quando a valorização do Real frente ao dólar derrubou as exportações e concorrentes como a China ganharam espaço no mercado internacional. Com isso, índices, como o de geração de empregos, caíram. Somente no Paraná, tradicional Estado exportador de produtos como o compensado de pinus, em julho de 2008 foi registrado queda de 4,73% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
A indústria Compensados e Laminados Lavrasul, com fábricas em Santa Catarina e no Paraná, já sente os reflexos da crise. A produção e as vendas diminuíram, faltam linhas de crédito para financiamentos às vendas e houve queda de 25% no número de contratos fechados. “Foram feitas demissões, especialmente nas linhas destinadas ao mercado americano, e em alguns setores concedemos férias coletivas para balancear estoques”, afirma um dos diretores de empresa, Thales Zugman. Apesar do momento preocupante, a empresa encontra alternativas ao oferecer ao mercado produtos de maior valor agregado.
Fomento
Um dos elos que também pode ser afetado, segundo o consultor florestal, Nelson Barboza Leite, é o de pequenos produtores que recebem fomento para plantação de florestas. “Estima-se que cerca de 20% da madeira produzida seja de terceiros, representados em sua maioria por fomentados de formas diferentes e que tenhamos em toda a cadeia de produção da silvicultura cerca de 50 mil produtores. Esse é o universo que poderá ser afetado”, alerta o consultor. De acordo com ele, já há casos de grandes empresas que anunciaram as paralisações ou diminuições da produção e, conseqüentemente, deixaram de comprar do pequeno produtor.
O especialista critica o fato de em momentos de crise as grandes indústrias abandonarem o fomentado. “Todas as grandes indústrias dos diversos segmentos industriais fazem fomento. Nos cinco anos, virou moda fazer fomento, pois representa sensibilidade social, integração. O importante é bancar o sistema nas horas de dificuldade, como a que estamos passando”, afirma.
Soluções
Com o tema central “Riscos globais e oportunidade para a indústria de produtos de madeira sólida”, o IV Congresso Internacional de Produtos de Madeira Sólida de Florestas Plantadas, promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), pretende discutir com empresários, consultores, especialistas estrangeiros e academia soluções para driblar a crise. O evento acontece em Curitiba (PR) entre os dias 19 e 21 de novembro e irá tratar de assuntos como investimentos em florestas plantadas, análise de mercado internacional e tendências para o setor, novas tecnologias para a indústria madeireira e colheita florestal, entre outros. Segundo o presidente da Abimci, Antônio Rubens Camilotti, o Congresso será a oportunidade para o debate de questões importantes para a sobrevivência e a recuperação do setor.
Serviço:
IV Congresso Internacional de Produtos de Madeira Sólida de Florestas Plantadas
Data: de 19 a 21 de novembro de 2008
Local: Estação Embratel Convention Center
Curitiba- PR – Brasil
Inscrições: www.congressoflorestaplantada.com.br ou www.wrsaopaulo.com.br.
Mais informações: (11) 3722 3344 ou (41) 3225. 4358.
Fonte: Abimci
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