Voltar

Notícias

10
out
2008
(DESMATAMENTO)
Crise internacional reduzirá desmates com queda de preços de commodities

A explosão e redução da grande bolha em que estava se transformando o mundo capitalista deve certamente ajudar a esquentar menos o planeta na medida em que haverá redução do consumo e da emissão de gases poluentes e causadores do aquecimento global.

Na Amazônia, segundo destacou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, a redução da bolha e a conseqüente desaceleração da economia mundial pode ajudar a brecar os desmates e as queimadas de sua grande floresta. Segundo Minc, isso ocorrerá mais diretamente por causa da queda nos preços das commodities no mercado internacional. Com isso, de acordo com o ministro, o Brasil deveria fixar metas compulsórias sobre a derrubada de árvores. A Kaxiana, por exemplo, vem fazendo uma campanha para o Acre, que já tem 10% de sua rica floresta desmatada, ser o primeiro estado da Amazônia a não derrubar mais nenhuma árvore a partir de 2010.

Carlos Minc disse que a queda no preço das commodities resultante da desaceleração da economia mundial contribuirá para os esforços do governo no combate ao desmatamento. "É verdade que a diminuição dos preços das commodities diminui a pressão. Mas não queremos depender de um fator externo para proteger a Amazônia", ressaltou Minc à Agência Reuters. Entre as medidas adotadas pelo governo, segundo Minc, incluem-se acordos com frigoríficos e madeireiros para não comprar carne e madeira de áreas desmatadas ilegalmente na Amazônia.

A agência de notícias lembra que diplomatas e líderes do setor tentam há anos rejeitar propostas para adotar metas de desmatamento, afirmando que os países ricos precisam se esforçar mais para ajudar na conservação do que vem sendo chamadas de o “pulmão do mundo” por sua biodiversidade, abundância de água potável e habilidade de armazenar carbono.

Para o ministro Carlos Minc, no momento em que outros países começam a contribuir para o Fundo da Amazônia, a ser lançado oficialmente no dia 21 de outubro, chegou a hora de o governo formalizar sua promessa de reduzir o desmatamento com a fixação de metas compulsórias, afirmou Minc. "Eu sou a favor", completou Minc a respeito das metas, que o Brasil pode adotar nos próximos anos.

Coeficiente positivo de desmatamento

A agência lembrou que, em setembro, governo anunciou a meta voluntária de colocar fim ao coeficiente positivo de desmatamento dentro de sete anos, em especial por meio do plantio de árvores para uso comercial, o que reduziria as pressões sobre os recursos amazônicos. O Fundo da Amazônia pretende financiar projetos de conservação e de desenvolvimento sustentável.

Depois da promessa de doação de 100 milhões de dólares feita pela Noruega, o governo brasileiro, segundo Minc, conversa agora com a Suécia, a Coréia do Sul e o Japão. O Brasil espera arrecadar 1 bilhão de dólares dentro de um ano.

A Reuters lembrou que, alguns países, no entanto, mostram-se relutantes em contribuir com um fundo sem saber como o dinheiro será gasto. Segundo Minc, porém, uma prova de que o dinheiro será bem empregado é que o governo só poderá usar esse montante se reduzir o ritmo do desmatamento durante o ano anterior.

O ministro do Meio Ambiente também se posicionou para a Reuters sobre outro assunto veiculado na mídia que contribui para o aumento do desmatamento da grande floresta amazônica. Minc considerou exageradas as suspeitas sobre a ação de organizações não-governamentais estrangeiras na Amazônia.

Isso porque alguns nacionalistas do Congresso, das Forças Armadas e do governo afirmam que a crescente presença de estrangeiros na grande floresta vem minando a soberania brasileira e alimentando o desmatamento. "Eu acho que há exagero nessas acusações. Há realmente algumas poucas empresas e ONGs que estão realmente ligadas a biopirataria. Mas são uma grande minoria", disse Minc à Agência Reuters, ao se referir a grupos que contrabandeiam plantas para laboratórios farmacêuticos desenvolverem novos remédios no exterior.

Para o ministro do Meio Ambiente, "hoje quem mais desmata na Amazônia, infelizmente, são os brasileiros". E Minc disse ainda: "Na verdade, muitas vezes os grandes desmatadores acusam ONGs como Greenpeace e WWF porque eles não estão contentes com as críticas e as denúncias que estão sendo feitas contra eles próprios".

Fonte: kaxiana - Agência de Notícias da Amazônia

Sindimadeira_rs ITTO