Até o Incra é multado pelo Ibama por permitir derrubada de árvores em oito áreas de assentamento

A divulgação de uma lista com os 100 maiores desmatadores da Amazônia desde 2005 opôs na última semana dois ministérios: Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário. Oito assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), todos em Mato Grosso, foram listados: seis encabeçam a relação, um está em 40º lugar e o outro, em 44º.

Por causa dos desmatamentos de 2.282 quilômetros quadrados (228,2 mil hectares) nas oito áreas, o Incra foi multado pelo Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em R$ 265,5 milhões. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) interveio na crise e determinou ao ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que faça uma auditoria nas multas.

No dia seguinte à divulgação da lista, Minc afirmou que não viu os dados previamente e que o material fora preparado no início do ano pelo Ibama, ou seja, durante a gestão da ex-ministra Marina Silva (PT-AC). No ar, ficou a sugestão de que ela teria guardado os dados na gaveta. Marina refutou a insinuação.

- Se eu estivesse lá, nenhuma lista teria sido divulgada sem que eu gerenciasse o processo - disse.

Eleições
A principal causa para o aumento do desmatamento, admitida pelo ministro Carlos Minc, é a proximidade com as eleições. Os candidatos e políticos tornam-se coniventes com a derrubada promovida por eleitores e financiadores. Por essa hipótese, espera-se que o índice de setembro siga igual. Esses números, contudo, só terão efeito político no fim de 2009: a taxa anual de desmate na Amazônia é calculada de 1º de agosto de um ano a 31 de julho do ano seguinte.

Fonte: Pioneiro