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A carteira de pedidos já fechados dos produtores de máquinas e equipamentos do País garantirá ao setor um crescimento mínimo de 17% em 2008. Foi o que afirmou, ontem, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto. O setor registrou no acumulado de janeiro a agosto deste ano uma elevação de 24% no faturamento, se comparado ao mesmo período de 2007.
Os piores resultados vieram das máquinas gráficas e têxteis, fato que, segundo o presidente da Abimaq, confirma a influência negativa da atual taxa cambial para o segmento.
"Temos associados que já estão comprando máquinas da China e comercializando aqui, apenas trocando a placa do fabricante", afirmou. De acordo com o executivo, o aquecimento de setores como o de petróleo, energia renovável, agricultura e construção civil estão permitindo que o setor registre, como um todo, um bom desempenho.
As máquinas e equipamentos que registraram os melhores resultados nos dois primeiros quadrimestres deste ano foram o de máquinas agrícolas, o de bombas e motobombas e também máquinas para plásticos.
Em relação ao período analisado pela Abimaq, as importações mantiveram, ante igual período, taxa de 49% de crescimento. Já as exportações ficaram em 14,9%. Estados Unidos, Alemanha, Japão e China são os principais mercados fornecedores do Brasil, principalmente de máquinas e equipamento para a agroindústria, infra-estrutura e logística. "Estamos notando uma tendência de redução de nossas exportações", disse Aubert Neto.
De acordo com o executivo, a balança comercial de bens de capital poderá fechar 2008 com um déficit de US$ 12 bilhões, US$ 5 bilhões a mais do que o ano passado. O consumo aparente de máquinas e equipamentos, no entanto, registrou crescimento de 32,7%, alcançando R$ 61,6 bilhões. Com isso, o faturamento do setor somou cerca de R$ 49,94 bilhões.
Mercado externo
Apesar do crescimento registrado, o presidente da associação, Luiz Aubert Neto, a queda das taxas de exportações é um "fato preocupante para o setor". De acordo com ele, o Brasil perdeu competitividade no mercado externo por conta da valorização do real frente ao dólar e também dos preços baixos das máquinas e equipamentos provenientes da China. Segundo ele, há maquinas que são comercializadas por US$ 8 o quilo, o que "torna impossível a competição". "Nós sempre exportamos 30% do que faturamos", disse Aubert Neto, afirmando que a taxa de exportação sobre a produção caiu para cerca de 23%.
As exportações para os Estados Unidos registraram, de janeiro a agosto, queda de 3,7%. De acordo com a Abimaq, essa diminuição já ocorre há três anos. "Nós estamos recuperando esse mercado junto aos nossos vizinhos da América do Sul", afirmou o presidente da associação. De acordo com o executivo, o mercado sul-americano importou, em 2007, US$ 20 bilhões, sendo que o Brasil ficou com apenas 7% dessa fatia.
Em 2008, quando as importações na América do Sul deverão se aproximar de US$ 23 bilhões, a Abimaq espera participar com 17%. "Esse é um mercado em potencial para o nosso segmento", afirmou o Aubert.
Perspectiva
Com os pedidos em 2008 garantindo o crescimento, a preocupação do setor de máquinas e equipamentos, de acordo com o presidente da Abimaq, será a partir de 2009. "Se as taxas de juros aumentarem no próximo ano, nós não iremos conseguir crescer nem metade do que o esperado em 2008", afirmou o presidente da associação.
Aubert Neto lembrou que a recente melhora na taxa cambial ainda não impactará o setor. "Em relação às exportações sentimos reflexo depois de algum tempo", disse. O executivo salientou que o País já foi, na década de 80 o quinto produtor mundial de bens de capital e que nesse ano configura, na décima quarta posição.
O setor de máquinas e equipamentos que registrou aumento de faturamento de 24% no acumulado do ano até o mês de agosto foca ampliar mercado na América do Sul.
Fonte: DCI
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