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O mercado mundial de créditos de carbono já tem projetos para movimentar € 60 bilhões este ano. O valor representará um aumento significativo em relação à 2007, quando foram gerados € 42 bilhões. A projeção é do engenheiro Ricardo G. Neuding, diretor da empresa Ativos Técnicos e Ambientais (ATA), com base nos processos registrados no protocolo de Kyoto, que estabeleceu metas de redução de gases de efeito - estufa com algo em torno de 5,2% entre os anos de 2008 e 2012.
Os créditos de carbono são originários da implantação de projetos denominados Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), estabelecido dentro do protocolo de Kyoto. O MDL é desenvolvido por países emergentes e geram créditos que são vendidos para os países desenvolvidos. A venda traz receitas que ajudam na implantação dos projetos. É uma maneira de avançar na geração de energia limpa e contribuir para a redução do efeito-estufa.
Atualmente, o mercado de crédito carbono é dominado pela China, que responde por 61% do total negociado, seguida pela Índia com 12% e pelo Brasil, com 4%. Segundo relatório do Ministério da Ciência e Tecnologia, o Brasil tem hoje 264 projetos de MDL, que representam a redução da emissão de cerca de 300 milhões de toneladas ano de gás carbônico. De acordo com o Banco Mundial, a China com 975 projetos está no topo do ranking mundial de MDL e a Índia com 834, ocupa o segundo lugar.
Apesar do crescimento do mercado de carbono e do aumento do interesse sobre o assunto, muitos empresários ainda não dão a devida importância a esse mercado. "Eles não entendem os mecanismos de MDL e, por isso, o tema não faz parte do negócio da empresa", afirma.
O Brasil tem inúmeras oportunidades de desenvolvimento de MDL. "Há oportunidades de redução na indústria de cimento, siderúrgica, metalúrgica e química. A Rodhia fez um projeto grande de redução de emissão de gazes do efeito estufa, alterando parte de seu processo de produção química." Apesar dos projetos em andamento nessas áreas, ainda há muito mais a ser feito. "Há também muito a ser feito na área de geração de calor em caldeiras a partir da substituição do óleo combustível pela queima de biomassa. "Temos muitas oportunidade de substituição pela queima de resíduos de madeira, casca de arroz, bagaço de cana, por exemplo,", acrescenta.
Dados do World Resources Institute (WRI) mostram que o Brasil ocupa a quinta posição entre os países que mais emitem carbono no mundo, devido à queimadas e desmatamentos, que destroem reservatórios naturais e sumidouros, que tem a propriedade de absorver o CO2 do ar. O carbono é responsável por cerca de 60% do efeito-estufa.
Fonte: Gazeta Mercantil
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