Notícias
O pólo moveleiro do Rio Grande do Sul, com mais de 2,2 mil empresas e 32 mil trabalhadores, registrou faturamento setorial de R$ 3,2 bilhões, sendo que o montante de R$ 1,47 bilhão foi obtido pelas 370 indústrias do município de Bento Gonçalves, o maior entre os cinco produtores de móveis locais.
Com 11 mil trabalhadores, o pólo dessa cidade respondeu por 76 milhões de dólares dos 270 milhões de dólares exportados pelos moveleiros gaúchos. O faturamento nacional foi de R$ 21,3 bilhões. As exportações corresponderam ao total de 1 bilhão de dólares.
Bento Gonçalves detém em torno de 7% da produção de móveis do país e 38% da produção estadual, disse o presidente do Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis), Henrique José Bertolini. Ele explica que o pólo teve início na década de 1960 e tem como destaque a produção de móveis com chapas de MDF e aglomerados. Os móveis planejados, distribuídos nacionalmente por redes de lojas exclusivas das marcas, é outra característica do pólo.
A posição de destaque alcançada pelo pólo de Bento é atribuída pela presidente da Associação das Indústrias de Móveis do RS (Movergs), Maristela Longhi, não apenas à tradição e concentração de empresas, mas ao desenvolvimento de uma cultura setorial, que inclui centros de formação universitária e técnica e, mais recentemente, o CGI Moveleiro - Centro Gestor de Inovação. Pode acontecer, no futuro, o desenvolvimento de outros pólos, em outras regiões do Estado. De qualquer forma, o pólo da Serra, pelas razões citadas, deverá manter a posição de destaque, afirma Maristela Longhi.
A serra gaúcha, na verdade, abriga quatro pólos moveleiros. Além de Bento Gonçalves, há os municípios de Flores da Cunha (12,15% do faturamento estadual e 2,3 mil trabalhadores), Caxias do Sul (11,21% e 2,3 mil) e Gramado (9,46% e 2,3 mil). Outro pólo forte é o de Porto Alegre, com 5,54% do faturamento da indústria de móveis do Rio Grande do Sul e 855 trabalhadores.
Apesar da expressão econômica, o setor enfrenta problemas. Uma dessas dificuldades está relacionada à defasagem cambial. As empresas estão atendendo o mercado internacional com margens de lucratividade mínimas. A grande maioria subsidia as exportações através das vendas internas. É que abandonar o mercado externo significaria perder todos os investimentos feitos ao longo dos anos, além da credibilidade conquistada pelo país, argumenta a presidente da Movergs.
Fonte: Correio do Povo
Notícias em destaque





