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Notícias

23
set
2008
(REFLORESTAMENTO)
Mato Grosso emerge como opção para investimentos na área de reflorestamento

A consolidação do Pólo de Florestamento e Reflorestamento na Região de Tangará da Serra-MT são imprescindíveis para viabilização do setor florestal, trazendo benefícios diretos para os produtores florestais. O Brasil é considerado um dos líderes em melhoramento genético florestal, sendo referência mundial nas espécies Eucalyptus e Pinus, responsáveis por grande parte dos reflorestamentos no país. As florestas plantadas ocupam cerca de 6 milhões de hectares, concentradas principalmente nas regiões Sul e Sudeste.

Visando fomentar a atividade e mostrar os diversos benefícios do Eucalipto, foi realizado o 1º Workshop sobre Sistema de Manejo de Florestas de Eucalipto e Consolidação do Pólo de Reflorestamento no Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Aliança da Serra, em Tangará da Serra- MT. Este evento de iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural do Mato Grosso (Seder/MT), tem como parceiros a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (FAMATO), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja) e o Clube Amigos da Terra Parecis.

O encontro reuniu durante dois dias, aproximadamente, 200 pessoas vindas de vários lugares do Brasil e do mundo. Participaram técnicos, pesquisadores, representantes de empresas de serviços e tecnologia, profissionais liberais, pecuaristas, entre outros.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Rural, Neldo Egon Weirich, Mato Grosso emerge como opção para investimentos na área de reflorestamento. “A tendência é de que as grandes empresas de reflorestamento migrem para o Estado, que tem excelentes aptidões florestais e dispõe de uma apreciável capacidade para atrair investimentos”. Ele ainda explicou que com grande potencial florestal, clima excelente e terra fértil é possível plantar e produzir. “O reflorestamento se apresenta como uma excelente alternativa econômica, é uma atividade ambiental correta para aproveitar os espaços com a produção florestal nesse momento extremamente favorável” concluiu.

O deputado estadual Wagner Ramos falou do seu projeto macro de que prevê a potencialização do setor florestal em Mato Grosso, ele uniu quatro propostas que já vem trabalhando nos últimos meses para montagem de uma base florestal no Estado e fechou a série com o projeto que cria o Dia Estadual do Plantio de Árvores Nativas, seu propósito de fomentar e universalizar, em Mato Grosso, as tecnologias mais avançadas e racionais nos manejos ambientais e florestais adequados.

“Essa base está calcada nas florestas plantadas e nativas, uma vez que os 20% da floresta, legalmente possíveis de serem cortados, vão produzir restos florestais. Agora, nada mais justo do que Mato Grosso ter o seu Dia Estadual do Plantio de Árvores Nativas incluído em seu calendário oficial, a ser comemorado anualmente no dia 27 de fevereiro”, explicou o parlamentar.

O Engenheiro Florestal Manoel de Freitas ministrou a palestra “Finalidades dos Plantios Florestais com o Eucalipto”, abordando temas do tipo: Visão das Florestas no Mundo; Produtos Florestais a base de Florestas Plantadas; Situação Florestal da América do Sul; Situação Florestal do Brasil; Vantagens das Plantações Florestais; Dados de mercados das Florestas Plantadas; Benefícios ambientais do Eucalipto; Produtividade do Eucalipto, entre outros. O engenheiro florestal comentou ainda sobre a rentabilidade deste plantio. “Sempre dizemos que o investimento da plantação de eucalipto é a de médio/longo prazo, em torno de sete anos. Plantar eucalipto é um bom negócio, mas precisa de muitos cuidados para que o mesmo dê certo”, destacou.

Já a palestra do Engenheiro Florestal Sebastião Valverde, mestre e doutor em Manejo e Economia Florestal pela Universidade Federal de Viçosa, abordou a “Indústria e Mercado de Produtos Sólidos de Florestas Manejadas de Eucalipto”. Para o engenheiro florestal mais do que equilibrar o passivo ambiental resultante de anos de exploração desordenada, o reflorestamento é considerado, hoje, um excelente negócio. "Está faltando madeira no mercado. Os preços estão subindo e o mercado é atrativo para este tipo de investimento", afirmou.

Os principais questionamentos para quem ainda vê o plantio de árvores como uma atividade dispendiosa e com pouco retorno pode ser uma das dúvidas mais recorrentes, mas, para ele é uma certeza. Reflorestamento é uma alternativa viável e tem mercado. "Vale a pena plantar e cuidar da floresta. Há mercado para absorver a produção, os preços são atraentes e a atividade é altamente rentável", confirmou o especialista.

A atividade ainda é nova no Estado. O presidente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, (Senar-AR/MT), Normando Corral, acompanha esse processo atentamente e reconhece o potencial em Tangará para esse tipo investimento. "As perspectivas são muito boas, Mato Grosso tem um clima e solo muito bons para o Eucalipto. A maioria dessa madeira seria para a indústria de móveis, com os incentivos os plantios florestais de rápido crescimento vêm contribuindo para reduzir o déficit de madeira em todo o mundo, e também no Brasil” disse.
O maior desafio do melhoramento genético florestal é de melhorar a qualidade e produtividade dos plantios florestais para que se tire a pressão sobre as florestas nativas. “Temos que apoiar o reflorestamento e começar a plantar sim, estamos com os dias contados para o consumo de madeira nativa” concluiu Normando.

Consumo - O consumo de madeira no país é estimado em 300 milhões de metros cúbicos por ano. Desse total, apenas 75 milhões de metros cúbicos são supridos por plantios florestais. O saldo (74%) ainda provém de florestas nativas. Estimulados pela procura de árvores para o reflorestamento, produtores florestais estão apostando na produção de mudas de eucalipto. Da árvore, que se adapta a qualquer tipo de solo, é possível aproveitar desde as folhas até a casca do tronco. Das folhas são extraídos os óleos para produto de limpeza, cosméticos, alimentos e até remédios. Da casca sai o tanino, usado no curtimento do couro. A fibra é a principal matéria-prima, usada na fabricação de papel e celulose. Por enquanto, em Mato Grosso a parte utilizada é a madeira.

Estiveram presentesno evento acompanhando o secretáio Neldo Egon, Marcos Kitano Matsunaga, diretor Executivo da Yoki Alimentos S/A, superintendente de Desenvolvimento Florestal da Seder, Rogério Monteiro, o superintendente de Política Agrícola da Seder, Luiz Carlos Alécio.

Fonte: 24 Horas News

ITTO Sindimadeira_rs