Parte das pesquisas realizadas pela UEA (Universidade do Estado do Amazonas) sobre o potencial dos fungos amazônicos para uso industrial, farmacológico e alimentício foi exposta no estande do Sistema de Ciência e Tecnologia na 4ª Fiam (Feira Internacional da Amazônia), encerrada no último dia 13. Os estudos são realizados pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Recursos Naturais da Amazônia.

De acordo com a mestranda Maria Dolores Pinheiro Fonseca, graduada pela UEA em Engenharia Florestal e bolsista da Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas) no curso de mestrado, os estudos realizados pelos grupos de pesquisa do programa comprovaram o alto potencial dos fungos amazônicos na produção de enzimas que podem ser utilizadas em escala industrial na composição de uma série de produtos como detergentes, compostos para tratamento de efluentes industriais e de celulose e biocosméticos.

Já foi comprovada, ainda, a eficiência dos fungos como larvicida, carrapaticida e antibiótico natural. O desafio dos pesquisadores, segundo ela, é reproduzir as condições de produção das enzimas em meios de cultura naturais, o que baixaria consideravelmente os custos das pesquisas. Todo esse trabalho vem sendo feito por um grupo de pesquisa que tem como foco central a “Biotecnologia de Fungos da Amazônia”.

De acordo com o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Recursos Naturais, Ademir Castro, a importância dos estudos com fungos, para a região e para o mundo, é inestimável. Dos milhões de fungos existentes, 70% deles estão na Amazônia, diz o pesquisador. A Fiam foi uma promoção da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), vinculada ao MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), e funciona como uma espécie de vitrine dos produtos da região, particularmente dos produzidos no Pólo Industrial de Manaus.

Fonte: Jornal do Comércio