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O acordo entre os bancos centrais dos dois países será o ponto alto do encontro de trabalho da presidente argentina, Cristina Kirchner, com seu colega Luiz Inácio Lula da Silva na segunda-feira, em Brasília.
Ao final da reunião de trabalho, também será assinado um convênio de cooperação entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco da Nação Argentina e o Banco de Investimento e Comércio Exterior (Bice) para o financiamento conjunto de projetos de infra-estrutura e de investimentos produtivos de lado a lado.
Cristina Kirchner desembarca amanhã em Brasília para assistir, como convidada especial do Palácio do Planalto, o desfile comemorativo de 7 de setembro. Na segunda-feira, terá seu terceiro encontro bilateral com Lula desde sua posse, em dezembro de 2007.
No início deste ano, ambos se comprometeram a se encontrar a cada seis meses para tratar dos temas bilaterais. Em especial, dos 17 projetos conjuntos definidos na primeira reunião, em fevereiro. No início de agosto, Lula e Cristina se reuniram em Buenos Aires, mas nada anunciaram de concretos.
O Sistema de Pagamento do Comércio Bilateral em Moedas Locais (SML) começa a operar com pelo menos um mês de atraso. Nos planos traçados em fevereiro, deveria estar em funcionamento desde julho ou agosto.
O sistema vai oferecer aos exportadores e importadores a opção de fechar as operações com as moedas nacionais, mas não eliminará os mecanismos atuais de comércio em dólar.
Os objetivos são criar um mercado de câmbio direto real-peso, facilitar as liquidações financeiras, reduzir os custos das operações de câmbio e, conseqüentemente, estimular as trocas comerciais entre o Brasil e a Argentina.
Esse fluxo alcançou US$ 20,5 bilhões no período de janeiro a agosto deste ano.
Em uma etapa seguinte, o SML deverá ser estendido aos demais sócios do Mercosul - Uruguai, Paraguai e Venezuela, em processo de adesão, além do Chile e da Bolívia, que são associados ao bloco.
Nuclear
Lula e Cristina vão receber ainda de um comitê bilateral um relatório sobre a criação da empresa binacional na área nuclear - e o pedido de mais seis meses para análise do perfil da nova instituição.
O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Odair Dias Gonçalves, informou que a empresa, inicialmente imaginada para atuar apenas no campo do enriquecimento de urânio, deverá abarcar também a produção de radiofármacos, o desenvolvimento e a comercialização de reatores de pesquisa e a área de tecnologia de materiais.
"Queremos criar algo novo, que não venha a se sobrepor às capacidades dos dois países na área nuclear", afirmou Odair Gonçalves.
O "algo novo" em estudo deve envolver a produção brasileira de reatores multipropósito, usados na produção de radiofármacos e em outros segmentos, que poderia ser potencializada pelos conhecimentos da Argentina na área de reatores de pesquisa.
Segundo Gonçalves, também há possibilidade de construção de uma usina nuclear na fronteira do Brasil com a Argentina, de forma a permitir a exportação direta de eletricidade, sem desperdícios de energia.
Nesse processo de estreitamento da cooperação nuclear, que começou em 1985, o único tabu diz respeito à tecnologia brasileira de enriquecimento, que continuará em segredo.
Fonte: O Estado de São Paulo
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