Notícias
Os efeitos do câmbio foram demonstrados em pesquisa, feita com 1.564 empresários, divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De cada três empresas que concorrem com produtos importados no mercado doméstico - 37% do total - duas reconheceram ter perdido espaço para os concorrentes estrangeiros. A disputa no mercado externo foi ainda mais afetada. Metade das exportadoras - 38% do total - deixaram de vender para o exterior ou perderam participação no mercado internacional desde junho do ano passado.
As perdas com a queda do dólar devem continuar afetando o setor produtivo brasileiro. De acordo com os dados da pesquisa da CNI, 6% das companhias passaram a utilizar insumos importados desde 2007 em função do barateamento e 16% delas pretendem fazer a substituição em breve. Com esse incremento, pelo menos dois terços dos empresários passarão a comprar os insumos de outros países.
Os efeitos do câmbio sobre a competitividade são heterogêneos, tanto em relação ao porte quanto aos setores. Quanto menor a empresa, maiores são as perdas. "As grandes empresas têm maior capacidade de adaptação e de reação?, destaca o economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco.
Apenas um quarto das pequenas dizem não ter perdido espaço com o aumento das importações. O volume sobe para um terço no caso das médias e representa metade das empresas de grande porte. Apenas 9% dos empresários disseram não ter adotado estratégias para elevar a competitividade. A redução de custos foi a principal medida, assim como entre os exportadores.
Segundo o economista da CNI, Paulo Mol, o maior prejuízo da valorização do real foi sobre o aumento do leque de exportadores registrado pelo Brasil nos últimos anos. "As pequenas reduziram ao longo dos anos e as médias começam a exaurir. O processo de deterioração da exportação brasileira começa a avançar?, afirma. A pesquisa aponta que 4% das pequenas interromperam as exportações nos últimos 12 meses e 42% diminuíram. Das médias, 6% pararam de vender e 46% reduziram quantidades. Já entre as grandes, o volume cai para 1% e 37%, respectivamente.
Fonte: Correio Braziliense
Notícias em destaque





