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Policiais da Delegacia de Meio Ambiente (Dema) realizaram uma operação em uma área de preservação florestal perto da sede da antiga Amafrutas. O bosque, que é um terreno da antiga fazenda Pirelli, está localizado entre os municípios de Marituba e Benevides, na Grande Belém. O local do flagrante havia sido invadido no ano passado por sem-tetos. Desde então, afirma a polícia, a mata que é uma área de preservação permanente, estava sendo degradada pelos invasores, como foi constatado na última segunda-feira pelos próprios policiais.
Na ação de ontem, duas pessoas foram flagradas enquanto trabalhavam em fornos de carvão construídos na beira da estrada, que dá acesso à mata. Os policiais localizaram também uma serraria clandestina dentro da mata e madeiras nobres retiradas ilegalmente pelos invasores, o que configura crime ambiental.
O delegado Gilvandro Furtado, atual titular da Dema, informou que a apreensão de uma motosserra, ocorrida na última sexta-feira (15), em Benevides, permitiu a identificação da área que estava sendo desmatada para produção de madeira serrada e carvão. O local, diz a polícia, pertence à União e é uma área de preservação ambiental.
Do local eram retiradas, principalmente, madeiras de baixo valor para a produção de carvão vegetal, além de maneiras nobres como maçaranduba, angelim, acapú e maparajuba.
Flagrante
Assim que chegou ao local, a equipe da Dema, sob o comando do delegado Peri, encontrou dois homens trabalhando em fornos de carvão, de onde retiravam o material já produzido.
Bem ao lado, um segundo forno começava a ser construído. Os dois foram detidos e encaminhados à sede da Dema para prestar esclarecimentos. Os dois homens poderão responder a inquérito sobre crime ambiental.
Os policiais identificaram vários pontos já degradados nos dois quilômetros percorridos na estrada de acesso à área. Os invasores são os principais responsáveis pelos danos à floresta, que é derrubada para a construção de casas e barracos.
Os policiais tiveram que abandonar os veículos para encontrar a serraria clandestina, que estava localizada em uma área de difícil acesso, no meio da mata.
Serraria
Em vários pontos das trilhas na mata eram encontradas madeiras já cortadas e selecionadas pelos ocupantes ilegais. Mas, a surpresa estava à cerca de 50 metros adentro da floresta, onde só é possível chegar a pé: a serraria clandestina.
No local, havia 184 peças de madeira serradas e prontas para serem transportadas. O que, segundo um dos policiais, comprova que os criminosos agiram há pouco tempo, pois a madeira aguardava para ser retirada do local.
Para o delegado Gilvandro, foram identificados vários tipos de crime. Um deles, explica, é o chamado "esbulho possessório", ou seja, alguém que invade terra para especulação e, antes disso, explora destruindo tudo que existe nela. Os policiais receberam a denúncia que lotes de terra, dentro da área de preservação, com dimensões entre 100x500 metros estavam sendo oferecidos por cerca de R$ 500,00.
Furtado lembrou também que a madeira nobre retirada é comercializada com serrarias enquanto que a chamada "madeira branca" é utilizada para abastecer as carvoarias ilegais e outra parte é comercializada na região metropolitana de Belém, onde são utilizadas nos fornos de panificadoras. Os equipamentos utilizados para derrubar as árvores, assim como a própria madeira apreendida, foram retirados do local em um caminhão e levados para a sede da Dema.
Fonte: Diário do Pará
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