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Notícias

22
ago
2008
(MEIO AMBIENTE)
Dema flagra serraria cladestina

Policiais da Delegacia de Meio Ambiente (Dema) realizaram uma operação em uma área de preservação florestal perto da sede da antiga Amafrutas. O bosque, que é um terreno da antiga fazenda Pirelli, está localizado entre os municípios de Marituba e Benevides, na Grande Belém. O local do flagrante havia sido invadido no ano passado por sem-tetos. Desde então, afirma a polícia, a mata que é uma área de preservação permanente, estava sendo degradada pelos invasores, como foi constatado na última segunda-feira pelos próprios policiais.

Na ação de ontem, duas pessoas foram flagradas enquanto trabalhavam em fornos de carvão construídos na beira da estrada, que dá acesso à mata. Os policiais localizaram também uma serraria clandestina dentro da mata e madeiras nobres retiradas ilegalmente pelos invasores, o que configura crime ambiental.

O delegado Gilvandro Furtado, atual titular da Dema, informou que a apreensão de uma motosserra, ocorrida na última sexta-feira (15), em Benevides, permitiu a identificação da área que estava sendo desmatada para produção de madeira serrada e carvão. O local, diz a polícia, pertence à União e é uma área de preservação ambiental.

Do local eram retiradas, principalmente, madeiras de baixo valor para a produção de carvão vegetal, além de maneiras nobres como maçaranduba, angelim, acapú e maparajuba.

Flagrante

Assim que chegou ao local, a equipe da Dema, sob o comando do delegado Peri, encontrou dois homens trabalhando em fornos de carvão, de onde retiravam o material já produzido.

Bem ao lado, um segundo forno começava a ser construído. Os dois foram detidos e encaminhados à sede da Dema para prestar esclarecimentos. Os dois homens poderão responder a inquérito sobre crime ambiental.

Os policiais identificaram vários pontos já degradados nos dois quilômetros percorridos na estrada de acesso à área. Os invasores são os principais responsáveis pelos danos à floresta, que é derrubada para a construção de casas e barracos.

Os policiais tiveram que abandonar os veículos para encontrar a serraria clandestina, que estava localizada em uma área de difícil acesso, no meio da mata.

Serraria

Em vários pontos das trilhas na mata eram encontradas madeiras já cortadas e selecionadas pelos ocupantes ilegais. Mas, a surpresa estava à cerca de 50 metros adentro da floresta, onde só é possível chegar a pé: a serraria clandestina.

No local, havia 184 peças de madeira serradas e prontas para serem transportadas. O que, segundo um dos policiais, comprova que os criminosos agiram há pouco tempo, pois a madeira aguardava para ser retirada do local.

Para o delegado Gilvandro, foram identificados vários tipos de crime. Um deles, explica, é o chamado "esbulho possessório", ou seja, alguém que invade terra para especulação e, antes disso, explora destruindo tudo que existe nela. Os policiais receberam a denúncia que lotes de terra, dentro da área de preservação, com dimensões entre 100x500 metros estavam sendo oferecidos por cerca de R$ 500,00.

Furtado lembrou também que a madeira nobre retirada é comercializada com serrarias enquanto que a chamada "madeira branca" é utilizada para abastecer as carvoarias ilegais e outra parte é comercializada na região metropolitana de Belém, onde são utilizadas nos fornos de panificadoras. Os equipamentos utilizados para derrubar as árvores, assim como a própria madeira apreendida, foram retirados do local em um caminhão e levados para a sede da Dema.

Fonte: Diário do Pará

Sindimadeira_rs ITTO