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Notícias

19
ago
2008
(ECONOMIA)
Vendas têm o melhor semestre desde 2001

As vendas do comércio varejista subiram 1,3% em junho em comparação a maio e 8,2% em relação a junho do ano passado. Com isso, o comércio fechou o primeiro semestre em alta de 10,6% em relação ao mesmo período de 2007, nível recorde desde o início da pesquisa mensal de comércio, em 2001.
O técnico da coordenação de comércio e serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Reinaldo Pereira, disse que o desempenho do segmento no primeiro semestre é reflexo do bom momento da economia brasileira. O aumento da renda média dos trabalhadores, a estabilidade no emprego e, sobretudo, a oferta de crédito são algumas das variáveis macroeconômicas que vêm estimulando o varejo.

Entre as atividades pesquisadas, os maiores aumentos no primeiro semestre foram apurados na venda de equipamentos para escritório, informática e comunicação (30,9%); veículos e motos, partes e peças (22,3%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (21,5%) e móveis e eletrodomésticos (18,5%).

A inflação tirou o brilho do segmento de hipermercado que, apesar de ter maior peso na composição do indicador, viu suas vendas minguarem em razão da escalada dos preços. Em junho, as vendas dessa atividade cresceram apenas 0,4% em relação a maio - abaixo da média do varejo de 1,3% - e aumentaram somente 1,5% na análise com igual mês do ano passado, ante uma média de 8,2% do comércio em geral.

Por isso, o maior destaque acabou sendo do segmento de móveis e eletrodomésticos, que teve a maior participação, com alta de 16,1% nas vendas. Normalmente, pelo peso significativo, é o grupo de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo que tem maior participação na pesquisa. Mas, em junho, a fatia dessa atividade no total da expansão varejista foi de apenas 0,7 pontos percentual, já que o aumento nas vendas foi de somente 1,5%.

As vendas do segmento de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que pareciam imunes à alta inflacionária até maio, sofreram impacto dos reajustes dos preços dos alimentos em junho, destacou o técnico da coordenação de serviços e comércio do IBGE. Com os fracos resultados de junho, as vendas desse segmento no primeiro semestre cresceram 5,9%, também abaixo da média, 10,6%. "Em junho, como não houve influências de calendário ou datas comemorativas, acreditamos que estejamos conseguindo ver com mais nitidez a influência da inflação nos produtos alimentícios. O resultado bem abaixo da média dessa atividade pode ter sido influenciado pelos alimentos", disse.

Acima dos hiper e supermercados, além dos móveis e eletrodomésticos, ficaram os combustíveis e lubrificantes (1,3 ponto percentual, com expansão de 12,8%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (incluindo lojas de departamento), com influência de 1,5 pontos porcentual e aumento de 19,3% em junho ante igual mês do ano passado.

Segundo Pereira, está claro que a inflação dos alimentos é o principal fator responsável pelo fraco desempenho dos hiper e supermercados. Apesar dessa influência, Pereira não acredita que haja uma trajetória de desaceleração nas vendas do comércio. "Está havendo uma influência da inflação de alimentos que parece que já está sendo revertida pelos índices de preços”.

A inflação de julho medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) se desacelerou para alta 0,53%, de acordo com o IBGE, ante alta de 0,74% em junho. No mês passado, o aumento dos preços dos produtos alimentícios desacelerou de 2,11% em junho para menos da metade (1,05%) em julho, também segundo o IBGE.

No encontro de junho, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, elevou a Selic em 0,50 ponto percentual, para 12,25% ao ano. No mês seguinte, em julho, o Copom adotou uma postura mais agressiva e elevou a taxa básica de juros em 0,75 ponto porcentual, para os atuais 13% ao ano. A próxima reunião do Copom está marcada para o início de setembro.

Fonte: Jornal do Comércio

Sindimadeira_rs ITTO