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Cerca de cem pessoas são atendidas diariamente no Hospital São Lucas, da Ilha de Fernando de Noronha, a 646 quilômetros do Recife. No único hospital noronhense, onde são oferecidos desde atendimentos ambulatoriais à cirurgia geral, não se fica no escuro quando falta luz elétrica. É que este é um dos 17 pontos em Pernambuco onde estão em plena atividade placas de energia solar do Programa de Desenvolvimento Energético de Estados e Municípios (Prodeem), do Ministério de Minas e Energia, com o apoio logístico e técnico no Nordeste da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf).
A diretora do Hospital São Lucas em Noronha, Nilma Xavier, explica que a placa de aproveitamento solar que está em funcionamento na unidade age como um gerador. “Logo que falta a energia tradicional, todas as luzes do hospital se acendem, sem deixar que médicos e pacientes fiquem na escuridão”, disse. O funcionamento da geração energética é feito através de placas de silício, chamadas de fotovoltaicas. Elas absorveram raios solares e os convertem em energia contínua. Esta última passa por um banco de baterias, ligadas a um inversor, que transforma a corrente contínua em alternada - energia utilizada em residências comuns. Para os alunos das escolas Padre Artur Silvestre, José A. Araújo e Santa Terezinha, no município de Panelas, no Agreste do Estado, as placas fotovoltaicas são a possibilidade de estudar em qualquer horário, além de ter acesso a aulas complementadas com vídeos, exibidos em aparelhos televisores.
O objetivo do Prodeem é abastecer energeticamente as comunidades distantes dos centros urbanos, de baixa renda, que não são atendidas pela rede elétrica convencional, utilizando, em troca, fontes renováveis locais em base auto-sustentável. Ele executa a implementação de sistemas de geração de energia elétrica descentralizados, cuja principal característica deve ser a autogestão. Para isso, os painéis são instalados em prédios públicos como escolas e hospitais do Interior. O programa ainda vem contribuindo com trabalhos de ensino e pesquisa na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a partir de seis sistemas instalados na instituição, e no Centro Federal de Educação Tecnológica de Pernambuco (Cefet-PE), que possui quatro pontos geração de energia solar, distribuídos em diversos municípios pernambucanos.
O engenheiro eletricista da Chesf Ricardo Fellows, que coordena o Prodeem no Nordeste, explica ser essa uma ação de compromisso com o desenvolvimento da região. “A resposta de cada localidade é muito significativa, basta ver pelos depoimentos. Uma professora hoje pode mostrar a seus alunos o que é um prédio ou o trânsito porque tem como usar uma TV”, contou. O programa está em atividade em todo o Brasil.
Fonte: Folha de Pernambuco
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