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Bancos estrangeiros deixaram de operar nesse segmento do mercado, pois passaram a pagar prêmios maiores em suas captações do que os retornos oferecidos pelas empresas brasileiras nesse tipo de crédito, de menores risco e margem de ganho. O Banco do Brasil, o líder do mercado, notou falta de linhas de prazo superior a 90 dias.
Com a oferta menor, o total de câmbio financiado no primeiro semestre teve redução de 70% e atingiu US$ 5,6 bilhões, ante US$ 18,96 bilhões no mesmo período de 2007, de acordo com os dados do Banco Central. No BB, o volume de linhas de prazo de vencimento de até um ano - Adiantamento de Contrato de Câmbio (pré-embarque) e Adiantamento sobre Cambiais Entregues (pós-embarque) - caiu 50% no período. No crédito de prazo superior a um ano, há apenas operações pontuais, conta Nilo Panazzolo, diretor de Comércio Exterior do BB.
"Os bancos têm dado prioridade ao financiamento às fusões e aquisições em detrimento do crédito à exportação", diz o diretor executivo-financeiro da Companhia Siderúrgica Nacional, Otávio Lazcano. Além de garantir prêmio de risco maior nos empréstimos às fusões e aquisições, os bancos ainda ganham rentáveis comissões com assessoria.
Segundo Lazcano, não há como fugir de um aperto no crédito diante da "grande destruição de valor" decorrente da crise de hipotecas de alto risco nos Estados Unidos. Segundo ele, a CSN encontra linhas de crédito à exportações bilaterais de prazo de vencimento de três a cinco anos, de valores entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões, mas tem de pagar Libor mais 125 pontos básicos, enquanto há um ano pagaria 90 pontos básicos.
Desde março, as empresas tiveram de enfrentar a concorrência dos próprios bancos, conta Carlos Catraio, presidente do BPN Brasil. Segundo ele, as instituições financeiras tiveram de vender ativos por causa das perdas nos Estados Unidos e Europa. Escolheu os de maior qualidade, que têm comprador, como o crédito à exportação ao Brasil. Como precisam de dinheiro, os bancos pagam prêmios mais atrativos do que as empresas pelo mesmo crédito.
Fonte: Valor Econômico
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