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Notícias

19
jul
2008
(MADEIRA E PRODUTOS)
Difícil começo para as fábricas de painéis no Uruguai

A poucos anos do começo de sua produção, os dois empreendimentos Urupanel S.A. e Weyerhaeuser Uruguay enfrentam a queda do mercado estadunidense, para ambos, este mercado representava mais da metade da colocação de seus produtos. Como conseqüência de uma sobre oferta de painéis, o preço baixou em todo o mundo.

A produção de painéis contrachapados, fabricados com madeiras de florestas certificadas, com sistemas produtivos sustentáveis econômicos, social e ambientalmente, é um empreendimento industrial que ninguém dúvida tenha grande êxito. Muitas das empresas com grande demanda de madeira no mundo só adquirem produtos que tenham certificação de produção sustentável, e essa é a tendência nos mercados de diferentes continentes.

O painel contrachapado hoje é uma alternativa. Este produto satisfaz um mercado que reconhece a necessidade de obter produtos certificados e sustentáveis em longo prazo. Vive-se a transformação de um mercado que estava acostumado a consumir produtos feitos de madeiras tropicais, procedentes tanto do Brasil, como de Ásia, Malásia ou Indonésia. O painel contrachapado fabricado no Uruguai oferece uma garantia de abastecimento em longo prazo e além de oferecer um produto com as mesmas propriedades mecânicas que as madeiras tropicais.

Hoje a situação por que atravessam estes empreendimentos industriais no Uruguai é muito menos positiva que suas expectativas de êxito.

Tanto Urupanel S.A. como Weyerhaeuser Uruguay estão desenvolvendo seus projetos. Em ambos os casos com adaptações a seus projetos originais.

Weyerhaeuser Uruguay planeja triplicar sua produção para 2010 com a ampliação da fábrica situada em Tacuarembo; e ainda estuda seu projeto de instalação de uma nova fábrica em Rivera. Segundo o Diretor Exjecutivo Marvin Risco será construída quando os mercados tenham demanda e preços para o produto que se estará produzindo. “Weyerhaeuser Uruguay está produzindo um produto que não existia no mundo, que é um painel de alta qualidade de eucalipto”. A empresa enfrenta um processo de criar um mercado para um produto novo, “algo que não sucede de um dia para o outro”.

Hoje os principais mercados para Weyerhaeuser Uruguay estão situados em 30 a 35% no Chile, uns 5 a 10% na Argentina, 5% no México e o resto na Europa.

Os Estados Unidos, mercado natural para esta empresa de igual origem, tem deixado de ser destino de suas exportações. Quando o projeto original tinha destinado uns 80% de sua produção a este mercado.

No futuro estima-se que serão destinados uns 70% para a região norte e estará dividida em terças partes entre Ásia, América de Norte e Europa. Os outros 30% se distribuirão entre Chile, Argentina, México e talvez o Brasil.

O risco, o desafio é encontrar a maneira de buscar o equilíbrio entre qualidade e custos para ter uma margem rentável em um negócio em longo prazo que possa sobreviver aos ciclos. Nesse sentido há uns meses a empresa tem procurado ajustar seus custos operacionais.

A Urupanel S.A. comparte com seu par neste desafio. Além da produção de painéis contrachados, estará implementando a produção de painéis de MDF, (fibra fácil) que é um painel delgado que não existe em muitas partes do mundo e que se usa na indústria de móveis.

A fábrica produz um volume de contrachapados de mais de 7.000 m3 por mês e com a produção de MDF se estima que se chegue a 12.500 m3 por mês de produto acabado.

A crise dos EEUU tem um forte impacto na Urupanel, já que exportava 60% de sua produção a este mercado. Hoje o volume para este destino é quase inexistente. Até o mercado mexicano que também colocava sua produção já está começando a sentir o impacto estadunidense sofrendo uma redução significativa. Hoje os destinos são Chile, Argentina, Venezuela e Europa, principalmente.

Ainda que a Urupanel tenha avaliado várias alternativas, no momento não conta com um projeto para co-gerar energias. Por isso continuará comprando energia elétrica da UTE. O Gerente Florestal da fábrica, Fernando Stevens, pontualizou que a fábrica tem perdido competitividade com a depreciação do dólar frente à moeda local. "O projeto começou com um dólar a 29 pesos e hoje seu valor é de 19 pesos. Todos os insumos têm subido e o preço dos painéis tem baixado”; segundo Stevens “é um cenário muito pessimista”.

Fonte: GuiaForestal.com

ITTO Sindimadeira_rs