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Notícias

29
jun
2008
(MADEIRA E PRODUTOS)
Fábrica quer que produtores de madeira respeitem lei ambiental

Proprietária de 90% das terras do município de Telêmaco Borba, maior produtora e exportadora de papéis do Brasil, a Klabin quer que 9 mil agricultores que têm contratos para plantio de pinus e eucalipto cumpram as leis ambientais e ajudem na preservação da floresta de Mata Atlântica no Paraná. No local onde ficam a Klabin e boa parte dos 15 municípios onde estão os agricultores vinculados à empresa, na região do Médio Tibagi, também está o que ainda resta da flora paranaense original, principalmente florestas de araucárias. Perto de 40% das espécies animais e vegetais do Paraná se encontram naquela região.

A empresa lançou o programa Matas Legais com a Associação de Preservação do Meio Ambiente (Apremavi), uma ONG de Santa Catarina que atua com o planejamento de pequenas propriedades rurais sustentáveis, onde recursos naturais convivem com o plantio de eucaliptos e pinus, com a produção agrícola e a pecuária de forma equilibrada. Voluntariamente, os produtores ligados à Klabin aderem ao programa e tornam-se parte de um esforço para o cumprimento da lei federal que determina a manutenção de 20% de reservas legais com árvores nativas e recomposição de áreas de preservação permanentes que margeiam rios, córregos, nascentes e cursos de água. A Apremavi fornece muda de 100 espécies nativas, compradas pela Klabin para doação aos produtores, que também contam com os serviços de técnicos e engenheiros da ONG pagos pela empresa.

“Não temos poder de polícia nem de fiscalização para estar em todas as propriedades. Mas podemos estimular os pequenos proprietários a adotar técnicas corretas”, afirma Reinoldo Poerbacher, diretor-geral da Klabin. De acordo com Poerbacher, se a produção em pequenas e grandes propriedades continuar a seguir o modelo atual, sem cuidados ambientais, “o solo e a água, estarão esgotados em 20 anos”. “O que levaria a perdas ambientais e econômicas”, afirma.

Na avaliação do diretor da Klabin, ainda falta cobrança governamental para o cumprimento das leis ambientais.

“Quem adere, cumpre as leis ambientais e ajuda o Paraná a melhorar a Floresta de Mata Atlântica”, afirma Edegold Shäffer, presidente da Apremavi. “As propriedades do Paraná não estão adequadas e ainda têm passivos ambientais inadmissíveis. Sempre se praticou a agricultura de qualquer jeito".

Agricultor quer mais de 20% de mata

O agricultor Paulo Sérgio Castro, 43 anos, tem 3 hectares dos 13 hectares da sua propriedade em São Jerônimo da Serra ocupados por eucaliptos para a Klabin. Ainda planta milho, café, arroz, feijão, tem uma cultura de bicho da seda e cria gado. “Vou melhorar as culturas e cuidar mais da água que passa dentro da minha terrinha. Já tenho os 20% de mata cuidada, mas preciso plantar mais na margem do meu riozinho".

Fonte: Jornal de Londrina

Sindimadeira_rs ITTO