Notícias
O setor, que só utiliza 4% da superfície do território uruguaio, já ocupa o quinto lugar do PIB agropecuário e ameaça seguir crescendo.
Edgardo Cardoso, gerente da Sociedade dos Produtores Florestais, cita três elementos que tem importância atual da atividade florestal no Uruguai. O primeiro, é que os solos destinados a ela são os piores do país. "Nenhum dos que tem prioridade florestal possui aptidão agrícola, e os poucos que tem aptidão pecuária, tem em forma limitada".
O segundo é que o setor se encontra em uma posição privilegiada, em razão de que exporta um determinado tipo de árvore, o eucalipto, cuja demanda hoje a nível mundial é muito alta. "O preço da tonelada de celulose está acima dos 800 dólares", disse. "E o terceiro elemento é que as grandes empresas mundiais de fabricação de celulose estão investindo no Uruguai". Os nomes: Botnia, Ence, Stora Enso, Portucel, etc. "Todo isto faz com que as perspectivas do setor sejam formidáveis: ocupamos os piores solos, temos boas perspectivas de crescimento para o tipo de florestamento elegido, a atividade está gerando bons níveis de retorno econômico através da industrialização da madeira e contamos com os líderes do mundo na área investindo no Uruguai".
Para Cardoso, o setor tem "perspectivas interessantes" e estas são as que a seu juízo "o governo muito inteligentemente percebeu".
Para ele "uma vantagem colateral é a geração de energia. O próximo ano como conseqüência da licitação realizada pela UTE teremos uma fábrica de biomassa produzindo energia no norte do país. O Uruguai tem que transitar este caminho. Botnia está reciclando o famoso licor negro, o sub-produto da celulose, e está matando dois pássaros com um tiro só, recicla o resíduo e gera energia. O setor florestal pode cobrir parte da hoje cara energia.".
Como atividade complementar do setor agropecuário, o reflorestamento utiliza 4% da superfície do território, e somente com ele, o ano passado, a atividade foi responsável em quinto lugar do PBI agropecuário. "Este ano será mais alta sua participação, porque começa a exportar celulose".
Por outra parte, o setor florestal tem uma alta intensificação de mão-de-obra. São mais de 6 mil pessoas que trabalham somente nas serrarias, o rubro que exportou, o ano passado, 31 milhões de dólares. Os painéis contra-chapados foram exportados, entretanto, mais que a madeira serrada, 35 milhões de dólares, ainda que a conjuntura deriva das dificuldades da construção nos Estados Unidos.
Em 2003, que é o último ano com cifras oficiais, e quando todavia não se tinha conhecimento como na atualidade, existiam 645 mil hectares florestadas e 10.119 postos permanentes no setor. Hoje a superfície florestada é de 850 mil hectares e a atividade gera mais de 11 mil postos permanentes. "Isto significa —segundo Cardoso—, que tem um trabalhador permanente para cada 60 ou 70 hectares. Isto não cobre a pecuária nem a produção de leite. Esta intensificação só tem a horticultura”.
No setor florestal o mundo demanda chips, rolos, e celulose para fabricação de papel. Briguemos para que tudo se produza no Uruguai, geraria muito mais valor agregado, porém é utópico insistir nisto: não tem sustentação técnica nem real, pensar que o país poderia exportar móveis, porque não tem demanda. “A China tem potencializado seus produtos inclusive destronando os Estados Unidos”.
Fonte: Diario El País/Forestalweb/Remade
Notícias em destaque





