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O Documento de Origem Florestal (DOF) pode ser burlado. Desta forma, madeira cortada ilegalmente pode ser esquentada e comercializada no mercado, sem que as autoridades saibam a origem do produto madeireiro. Foi o que aconteceu na fazenda Macurenê, no Km 68,8 do ramal Mendes Júnior, em Lábrea, de propriedade do empresário Gerson Botelho.
O projeto de manejo florestal autorizado pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) permitia a atuação em 1.600 hectares e o corte de 40.026,144 metros cúbicos de madeira em tora. Pois tamanha foi a surpresa de uma equipe de técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) quando, em uma visita surpresa à área, constatou que nenhuma árvore havia sido cortada e, muito menos, se observava picadas e ramais para escoamento da madeira.
O inusitado se deu porque várias guias de DOFs apontavam para o corte e venda de 7.407 mil metros cúbicos de madeira, inclusive já transportada e comercializada para sete empresas diferentes nos municípios de Humaitá, Manaus, Parintins, Lábrea e Novo Aripuanã.
Confirmada a fraude, o Ibama multou em R$ 5,8 milhões o empresário Gerson Botelho, que teve, ainda, o acesso ao sistema de controle nacional de transporte de madeira bloqueado no Distrito Federal.
O Ipaam aplicou uma multa ao empresário Botelho de R$ 823 mil /dia, cancelou o plano de manejo e embargou a área. Essas penalidades se manterão até que a defesa do empresário seja apresentada.
Todas as empresas e pessoas físicas que teriam recebido a madeira esquentada serão investigadas. A descoberta da fraude em Lábrea suscitou uma série de questionamentos de especialistas, que gostariam de saber se os planos de manejo autorizados pelo Ipaam estão sendo fiscalizados em todo o Estado.
Se não estiverem, a suspeita de que outras guias DOF estejam sendo utilizadas para aumentar o desmatamento da região, através do esquentamento de madeira ilegal, pode ganhar contornos mais graves. No próximo mês haverá uma operação de combate ao desmatamento nos ramais da Mendes Júnior e do Boi, em Lábrea.
Fonte: A Crítica
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