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A indústria de painéis está em um bom momento e a previsão é de que esta fase positiva continue nos próximos anos. Alguns fatores estão influenciando positivamente o setor, como o aumento do poder de compra das pessoas, o crescimento da construção civil e maior facilidade na obtenção do crédito ao consumidor. A Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira (ABIPA) prevê para 2010, um incremento de 66% na produção de painéis em relação à capacidade atual, que é de 6,0 milhões de m3 e deve passar para 10 milhões de m3 anuais. Para este ano, a entidade prevê um aumento de 8% na produção de MDP e de 5% na de MDF.
O presidente da Abipa, vice-presidente executivo e diretor de relações com investidores da Eucatex, José Antonio Goulart de Carvalho, explica sobre os fatores que irão influenciar neste crescimento. “O setor de painéis tem como principais segmentos a Indústria Moveleira e a Construção Civil. O primeiro segmento tem como principais vetores a determinar seu crescimento o nível de emprego, renda, confiança do consumidor e crédito. Todos esses têm tido um bom comportamento e espera-se que assim continuem”, disse. “O segmento de construção civil, além de se beneficiar em parte desses mesmos vetores, tem ainda o fato do grande volume de recursos captados pelas construtoras no mercado de capitais e o grande interesse das instituições financeiras no financiamento de novos imóveis”, completou.
Goulart acredita que agora é o momento para a indústria - moveleira e de painéis industrializados - investir no segmento da construção civil. “O elevado déficit habitacional no país exige a construção de aproximadamente 2 milhões de moradias/ano, conforme cálculos apresentados pela FGV Projetos. Apostar numa linha de financiamento de móveis em conjunto com o financiamento da casa própria e apoio da Caixa Econômica Federal ou Banco do Brasil já é um exemplo de iniciativa que está acontecendo no Paraná e Espírito Santo”, informou.
Outro fator de influência na produção de painéis é o aumento do potencial de compra de móveis pelas classes mais baixas. “Quando se combina um ambiente econômico favorável, dando a população mais carente a sensação de segurança de emprego e renda, com a dilatação dos prazos de pagamentos dos financiamentos e, portanto, prestações menores, o resultado é um forte crescimento na demanda”, explicou o presidente da ABIPA.
De 1997 a 2005 a indústria de painéis recebeu investimentos na ordem de US$ 1,3 bilhão e a estimativa é que o setor receba de 2007 a 2010, US$ 1,0 bilhão em investimentos, com a instalação de novas unidades industriais de MDF, HDF e MDP. O faturamento bruto total do setor em 2007 foi de R$ 4,5 milhões. O presidente da ABIPA explicou que dos investimentos realizados nos últimos 10 anos, os avanços foram significativos nos setores industriais e florestais, tanto na modernização das plantas já existentes e na implantação de novas unidades industriais, como na expansão das áreas de reflorestamento. Para driblar as adversidades cambiais, Goulart disse que a Associação tem participado ativamente das negociações bilaterais promovidas pelo Brasil, no sentido de melhorar o acesso a mercados com a redução de barreiras às exportações.
Com todo este investimento e com a previsão positiva da entidade, o que se pode esperar da indústria de painéis é, segundo José Antonio Goulart, uma indústria moderna, dinâmica e pronta para atender um mercado cada vez mais aquecido, proporcionando uma oferta ampla e variada de produtos. “O Brasil pode se tornar, a exemplo do que já acontece em outros setores industriais de base florestal, um pólo exportador para o mundo, dadas as condições de competitividade das florestas locais”, afirmou.
O vice-presidente comercial da indústria de painéis de madeira para móveis Satipel, Roberto Szachnowicz, não está tão confiante como a Abipa. Embora a empresa tenha crescido 8% em faturamento no primeiro trimestre de 2008 em relação ao ano anterior, e esteja inaugurando uma nova unidade de produção (de MDF) em Uberaba (MG), Szachnowicz acredita que a capacidade de produção de 10 milhões de m3 em três anos, não esteja operativa. Para este ano, o vice-presidente comercial da Satipel acredita que a produção de MDP deve crescer pouco, pois, segundo ele, os produtores já estão com a capacidade limitada há algum tempo. “No MDF a produção crescerá muito mais com a chegada das novas linhas da Satipel, Berneck, Guararapes e Sudati. A Satipel tem intenção de aumentar sua produção através da eliminação de gargalos”, disse.
Para Szachnowicz, a disponibilidade de crédito na compra de móveis, o aumento da massa salarial e do poder de compra do consumidor, o crescimento do setor de construção civil e um número crescente de novas unidades habitacionais, a redução da taxa de juros e o aumento da confiança do consumidor, são fatores que estão influenciando positivamente a indústria de painéis. O vice-presidente comercial da Satipel também explicou a relação do setor com a construção civil e a indústria moveleira. “Entendemos que estamos diretamente ligados apenas com defasagem de tempo. O crescimento na construção se dá em um primeiro momento, o da compra de móveis em um segundo e o de painéis em um terceiro, dependendo de termos capacidade. É por isso que estamos investindo. O nosso crescimento se dá em degraus. O dos móveis é mais gradual. Precisamos estar prontos para o futuro crescimento da indústria de móveis no Brasil que é punjante e competitiva”.
A indústria de painéis de madeira para móveis e arquitetura de interiores, Masisa Brasil, planeja crescimento para 2009, quando entrará em produção a nova fábrica de painéis de MDP da Masisa, em Montenegro (RS). De acordo com o diretor comercial da Masisa Brasil, Jorge Grandi, a linha de produção de MDP que será instalada na fábrica de Montenegro terá uma capacidade nominal de produção de 750 mil m3/ano. “Já temos previsão também para uma linha de melamina com capacidade nominal para revestir 300 mil m3/ano”, informou. Recentemente a Masisa firmou um contrato de compra e venda de ações com a Louisiana-Pacific South America S.A. (LP), que transferiu à LP, 75% de sua linha de produção de painéis estruturais OSB, localizada na fábrica da Masisa em Ponta Grossa (PR).
O diretor comercial da Masisa Brasil disse que não houve aumento da capacidade instalada nas linhas de produção da indústria no primeiro trimestre de 2008. Segundo ele, neste período, todos os esforços foram direcionados à construção da nova fábrica - que será a primeira unidade da Masisa em toda a América Latina a fabricar painéis de MDP. “Nossas linhas de MDF e de Melamina, em operação na fábrica de Ponta Grossa, já trabalham em sua capacidade máxima e, mesmo assim, vêm ampliando essa capacidade e estabelecendo novos recordes de produção, graças a medidas de melhoria contínua adotadas pelas equipes”, disse.
Grandi informou que a Masisa tem uma meta corporativa para 2010, de que 10% das vendas da empresa sejam realizadas junto à consumidores da base da pirâmide social, e de gerar negócios inclusivos. Para ele, não há duvida de que o maior acesso ao crédito tem permitindo que mais pessoas possam comprar móveis. “Nossa meta é mais do que simplesmente vender produtos a clientes de baixa renda, é também promover iniciativas financeiramente rentáveis e ambientalmente/socialmente responsáveis, que utilizam os mecanismos do mercado para levar mais qualidade de vida a pessoas de baixa renda”.
Fonte: Portal Moveleiro
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