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A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) liberou 12 experimentos de campo com variedades transgênicas de eucalipto. A liberação planejada no ambiente é a última etapa da pesquisa antes do pedido de liberação comercial. "Considerando o estágio atual das pesquisas, podemos prever que o Brasil terá eucalipto transgênico aprovado comercialmente dentro de dois a três anos", afirma, em nota, o farmacêutico, Giancarlo Pasquali, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Com isso, o País poderia ampliar os ganhos que já obtém com o setor florestal, que atualmente, movimenta US$ 28 bilhões, ou 3,5% do PIB (Produto Interno Bruto), emprega 4,6 milhões de pessoas e gera um superávit comercial de US$ 4,7 bilhões. Os bons números são atribuídos às condições climáticas e à tecnologia desenvolvida pelas empresas e instituições de pesquisa do País.
Enquanto nos Estados Unidos o custo de produção de uma tonelada de celulose é de US$ 304, no Brasil este valor é de US$ 157. "As variedades transgênicas de eucalipto buscam aumentar a qualidade da madeira, seja pelo aumento da quantidade de celulose, seja pela alteração ou redução do teor de lignina", diz Pasquali. A lignina é o principal complicador da extração de celulose de um eucalipto convencional. A substância funciona como uma cola entre as fibras vegetais e tem que ser removida para garantir a qualidade do produto final. O problema é que essa remoção é complexa, envolve processos químicos, alto gasto de energia e provoca perdas de celulose.
Pasquali explica que, ao apresentar maior teor de celulose ou diminuir as perdas dessa substância, os eucaliptos geneticamente modificados (GM) aumentam a produtividade das florestas, já que a mesma área plantada passa a render uma quantidade maior de celulose. A tecnologia possibilita também a obtenção de árvores com crescimento mais rápido, resistentes a pragas e a doenças e tolerantes a diversos tipos de estresse, como a seca e o frio. Além disso, não existem espécies nativas de eucalipto no Brasil, motivo pelo qual não há risco de cruzamento com árvores GM.
Fonte: InvestNews/Celulose Online
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