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O encontro que reuniu ontem (16/6), em Fortaleza (CE), Edison Lobão, ministro das Minas e Energias; Roberto Smith, presidente do Banco do Nordeste; executivos do BNDES; governadores e vices de Estados do Nordeste; representantes da iniciativa privada e da sociedade civil organizada foi um importante passo para a consolidação do mercado de energia eólica no Brasil. O ministro das Minas e Energia afirmou que haverá leilão de energia eólica no início do próximo ano. Lobão, no entanto, não detalhou o montante de energia que será negociado nem falou sobre a regularidade dos leilões seguintes. O ministro se comprometeu também a organizar um encontro com a ministra da Casa Civil Dilma Rousseff.
“Conseguir juntar cinco governadores e quatro vices, do Nordeste com o ministro para discutir uma matriz energética limpa para o Nordeste e para o Brasil já é um grande passo. A notícia do leilão é positiva, mas não é suficiente porque o ministro não acenou com uma regularidade dos próximos. Não sabemos se depois de 2009 teremos leilões anuais para contribuir com a demanda energética brasileira”, avaliou Marcelo Furtado, diretor executivo do Greenpeace.
O potencial brasileiro de geração de energia a partir dos ventos, segundo dados do Atlas Eólico Nacional, elaborado pelo governo federal, é de 143 mil MW, sem considerar a possibilidade de instalar turbinas no mar. O Nordeste tem um potencial eólico de 75 GW, dos quais 25 GW se concentram no Ceará. Apesar da vocação brasileira, hoje apenas 247 MW são aproveitados por 16 parques eólicos distribuídos em oito estados brasileiros.
O estudo Revolução Energética do Greenpeace demonstra que, com apenas 50% de fontes renováveis, o Brasil poderia assegurar em 2050 uma matriz 88% renovável e R$ 117 bilhões mais barata que a planejada pelo Ministério de Minas e Energia. A energia eólica é comparativamente mais econômica do que gerações de grande porte a partir de térmicas nucleares ou fósseis.
Em um país com as dimensões continentais do Brasil, diversificar a matriz e regionalizar as estratégias de aproveitamento energético é prerrogativa fundamental para garantir estabilidade no fornecimento de eletricidade, eliminar a dependência de fontes energéticas caras, sujas e esgotáveis, e eliminar os riscos de racionamento. “O Brasil vive um momento em que a crescente demanda por energia tem que ser compatibilizada com o desafio global das mudanças climáticas, que exige a eliminação das fontes fósseis”, diz Marcelo.
Na quarta-feira (19/6) o Greenpeace discutirá com o Senado e a Câmara dos Deputados uma legislação para promover as energias renováveis no Brasil e garantir sua expansão na matriz energética brasileira.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Greenpeace
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