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Mesmo que a mineração e a energia somam milionários projetos no país para o qüinqüênio 2008-2012, a indústria florestal está em um franco estancamento. De acordo as cifras do cadastro de março da Corporação de Bens de Capital (CBC), se estima que os projetos no período somaram US$ 47 milhões, apenas 0,09% dos mais de US$ 51.200 milhões que se prevê para toda a economia.
Números muito abaixo dos US$ 1.000 milhão investidos em 2005 ou, sem ir muito longe, dos US$ 222 milhões que se gastaram no ano passado. Razões? Várias. Até mesmo quando a Corporação Chilena da Madeira (Corma) refuta esta cifra e disse que o gasto chegará, ao menos, a US$ 660 milhões, o principal projeto do setor, a fábrica de painéis em Paillaco de Arauco (US$ 200 milhões) está hoje "em revisão". A CMPC decidiu construir uma fábrica de tissue no Peru, quando a idéia original era fazê-la no Chile.
"Tem que haver um balanço entre matéria-prima e mercado. As plantações estão hoje ajustadas", prevê o vice-presidente da Corma, Fernando Raga.
Em sua visão, o crescimento futuro estará dado pelo maior valor agregado que se pode dar ao setor, como também por melhoras genéticas que aumentaram o rendimento por hectare. "Hoje, as empresas tem rendimentos até 30% maiores que antes só por ter melhores plantações", disse.
Golpe desde EE.UU
De acordo a Felipe Tornero, de BCI, o menor investimento esta dado pela crise do setor imobiliário na EE.UU. -que reduziu a demanda às empresas que produzem molduras e painéis-e o cenário energético, que encarece a produção.
"Também se vê refletido na decisão de CMPC de redirecionar seu projeto de tissue do Chile para o Peru, e a da Arauco de revisar o investimento de sua fábrica de painéis. Sem embargo, nos parece que as perspectivas para o setor seguem sendo positivas, especialmente através do potencial de crescimento que apresentam outros países da região, considerando a forte geração de caixa destas empresas, e os elevados preços que mostra a celulose", assegurou.
Para Benjamin Gonzalez, de Fit Research, as razões que explicam esta encolhimento de investimentos são os altos custos produtivos no Chile, versus competidores como Brasil ou Uruguai, a escassez de florestas e, por último, a falta de desenvolvimento de um cluster florestal, que potencie atividades relacionadas e de maior valor agregado.
Companhias pequenas, as mais afetadas pela crise
Ainda que a crise nos Estados Unidos esta golpeando a toda a industria de produtos para a construção -e que exportavam massivamente a esse mercado-, as companhias mais grandes, como Masisa, CMPC e Arauco, tem a capacidade de resistir o golpe. As mais danificadas, portanto, serão os menores, disse Benjamin Gonzalez, de Fit.
"CMPC e Copec tem compensado o alto preço da celulose. Porém as empresas pequenas não tem nada que fazer". Prova disso é que Masisa, por exemplo, tem concentrando seu mercado latino-americano.
Fonte: El Mercurio/Guiaforestal/Remade
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